Defensores dizem que dono do Banco Master evitava assinar papéis ligados a empresas de fachada para captar bilhões

Aliados de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, afirmaram recentemente que o empresário evitava assinar documentos comprometedores, delegando essa tarefa a subordinados e pessoas de confiança em meio às negociações e operações que envolviam a instituição financeira.

Segundo relatos publicados, a estratégia teria sido usada para que Vorcaro se afastasse diretamente de papeis que ligassem seu nome a contratos e documentos relacionados a supostas empresas de fachada criadas para captar recursos no mercado financeiro — incluindo operações que movimentaram até R$ 12 bilhões em créditos consignados considerados suspeitos pelas autoridades.

Os aliados afirmam que a medida visava proteger Vorcaro de implicações diretas, mas que essa tentativa de blindagem pode não ser suficiente diante de outras provas coletadas pela investigação, como conversas telefônicas, mensagens e documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF).

Contexto da investigação

O caso do Banco Master integra a Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF para apurar irregularidades na oferta de títulos de crédito e na captação de recursos que, segundo os investigadores, envolveriam fraudes e práticas pouco transparentes no sistema financeiro nacional. Entre os focos da investigação estão a emissão de títulos fictícios e a elaboração de contratos com empresas de fachada que teriam sido usados para atrair investidores e instituições financeiras para negócios que não teriam lastro real.

Vorcaro foi preso preventivamente em novembro durante a operação e posteriormente solto por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), permanecendo com medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica. O caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) devido à apreensão de documentos e à condição de foro por prerrogativa de função de alguns envolvidos.

Próximos passos no processo

O papel de Vorcaro nas supostas fraudes e as declarações de seus aliados serão avaliados em depoimentos agendados no STF, onde ele, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, devem prestar esclarecimentos em breve. Caso haja contradições significativas nas versões, a delegada responsável poderá solicitar uma acareação entre os envolvidos.

A divulgação dessas alegações reacende o debate sobre responsabilidade na governança corporativa e transparência nas práticas financeiras no Brasil, especialmente em casos que envolvem grandes somas de dinheiro e risco ao sistema financeiro como um todo.

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