Um vídeo divulgado nesta semana mostra o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em uma entrevista ao Jornal do SBT News, transmitida diretamente dos Estados Unidos, onde vive desde março de 2025, declarando que corre o risco de ficar sem passaporte brasileiro e pedindo apoio político diante dessa possibilidade.

As declarações ocorrem depois que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato de Eduardo Bolsonaro, por faltas reiteradas às sessões, o que automaticamente invalidou o passaporte diplomático que ele possuía.

Medo de perder documento de viagem

Durante a entrevista ao SBT News, Bolsonaro afirmou que recebeu informações de que “haveria uma orientação às embaixadas e consulados brasileiros para impedir a emissão de um passaporte comum” após a cassação de seu mandato. Segundo ele, isso poderia deixá-lo sem documento de viagem brasileiro, o que, na sua avaliação, dificultaria sua mobilidade internacional.

Ele também declarou que acredita que essa suposta orientação teria origem em pressões ou estratégias de autoridades brasileiras, sem citar explicitamente fontes ou comprovações, e pediu apoio político e repercussão midiática para resistir a essa situação.

Possibilidade de documento alternativo

Em outras declarações também divulgadas no mesmo canal, Eduardo Bolsonaro afirmou que poderia cogitar a busca por um “passaporte de apátrida” — um documento de viagem reservado a pessoas sem nacionalidade reconhecida — para continuar viajando internacionalmente caso perca totalmente o passaporte brasileiro.

A fala ocorreu no contexto de uma série de entrevistas e postagens nas redes sociais do ex-parlamentar, em que ele tenta projetar a narrativa de que estaria sendo injustiçado e que enfrenta obstáculos burocráticos para manter sua agenda pública fora do país.

Repercussão nas redes

Nas redes sociais, o vídeo gerou reações variadas: apoiadores de Bolsonaro amplificaram a preocupação do ex-deputado com a possível perda do documento; por outro lado, críticos apontaram que essa postura reforça a tentativa do político de manter visibilidade internacional mesmo após a cassação do mandato.

Até o fechamento desta reportagem, não havia confirmação oficial de qualquer orientação às embaixadas ou consulados quanto à emissão de passaporte comum ao ex-deputado, e autoridades diplomáticas não se manifestaram publicamente sobre o caso.