Autoexilado nos EUA, ex-deputado declarou que sua estratégia política “valeu muito a pena” e que ainda haverá desdobramentos da história

Após a perda do mandato de deputado federal, o ex-parlamentar Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que “valeu a pena” ir aos Estados Unidos, em declaração publicada nesta quinta-feira (18), após a decisão da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarar a perda de sua cadeira por excesso de faltas às sessões deliberativas.

A declaração foi feita em evento informal em que Eduardo defendeu sua opção de permanecer fora do Brasil para, segundo ele, alcançar resultados políticos e estratégicos considerados relevantes. “Ainda que existam pessoas que digam que eu estou nos Estados Unidos por opção, eu digo para vocês: valeu a pena e valeu muito a pena ter, pela primeira vez, conseguido levar consequências reais para esses ditadores”, disse o ex-deputado, em referência a adversários políticos que criticaram suas ações.

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, estava nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano e acumulou 59 ausências não justificadas nas sessões da Câmara, ultrapassando o limite constitucional que prevê a perda de mandato para parlamentares que se ausentam de mais de um terço das sessões deliberativas sem justificativa.

Repercussões da declaração

Na mesma ocasião, ele afirmou que vê a decisão da Câmara como uma espécie de “medalha de honra”, minimizando o impacto formal da perda do cargo e enfatizando que “ainda haverá novos capítulos dessa história”, sinalizando que pretende manter protagonismo político apesar de não ocupar mais oficialmente uma cadeira no Parlamento.

A medida da Mesa Diretora, anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também determinou a cassação do mandato de outro deputado, Alexandre Ramagem (PL-RJ), em processo administrativo separado. Nos bastidores, o líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), criticou a decisão e disse que o partido pretende recorrer ao plenário contra a perda de mandatos disputada esta semana.

A declaração de Eduardo Bolsonaro ocorre em meio a um período de intensa polarização política no Brasil, com debates sobre responsabilidades de parlamentares, uso de ausências prolongadas como estratégia política e embates institucionais entre o Legislativo e o Judiciário.

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