Nesta segunda-feira (8/12), o teaser oficial do filme “The Dark Horse” — que retrata a trajetória do ex-presidente Jair Bolsonaro — provocou gargalhadas e críticas nas redes sociais devido a falhas grosseiras no uso do inglês, além de discrepâncias técnicas que expuseram a fragilidade do projeto.

Logo no início, a chamada do trailer apresenta a expressão “direct by Cyrus Nowrasteh” — um erro básico: o correto seria “directed by”. Em outros momentos, ante a frase que pretendia dizer “is being told to the world”, o teaser exibe “is begin told to the world” — confundindo “being” com “begin”.

As falhas não ficaram restritas ao texto: o episódio alimentou o debate sobre a qualidade técnica do filme e a coerência de um projeto que já vinha sendo questionado. A própria produção de “The Dark Horse” acumula denúncias graves contra os produtores — figurantes e técnicos relatam agressões físicas, alimentação inadequada, atrasos de pagamento e precariedades nas condições de trabalho.

Além disso, críticas apontam que o filme tenta transformar a trajetória de Bolsonaro em uma narrativa heroica redentora — uma versão romântica e idealizada, em total sintonia com uma máquina cultural conservadora global que busca reescrever a memória política do país.

Em um contexto de polarização intensa e de tensão com o recente julgamento e prisão de Jair Bolsonaro, o “fracasso” inicial de imagem do filme — simbolizado por simples erros de gramática em inglês — reforça dúvidas sobre a capacidade de transformar o longa-metragem em instrumento de legitimização política para o bolsonarismo. A piada pública pode acabar servindo como advertência: antes de tentar construir mitos históricos, convém garantir ao menos um bom roteiro — e um trailer bem escrito.