Tarcísio de Freitas ressuscita plano Aécio Neves e o proclama “presidenciável” em evento do Bradesco
Ao lado de velhos aliados de Aécio, Tarcísio mobiliza base conservadora e revela tentativa de ressurgimento da velha direita sob nova roupagem

O ex-ministro e atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deu um passo claro para reanimar o projeto político de Aécio Neves — alçando-o à condição de presidenciável em evento promovido pelo Bradesco na tarde desta quarta-feira (13). Conforme reportagem da Revista Fórum, Tarcísio discursou ao lado de Paulo Hartung, antigo coordenador da campanha de Aécio em 2014, e disse que era hora de “organizar esse grupo” diante das eleições de 2026.
Durante o evento, Tarcísio afirmou:
“Temos de preparar o Brasil para esse momento. Não é só sobre partidos, é sobre resgatar ideias.”
A menção explícita ao nome de Aécio – ausente das urnas desde 2018 – surpreendeu aliados e opositores. Ainda segundo o veículo, partículas do auditório reagiram com aplausos e cânticos quando Aécio foi citado como opção “competente e preparada” para concorrer à Presidência.
O que está em jogo
- A tentativa revela que a nova direita vassalocrata não está apenas olhando para o presente — está tentando ressuscitar lideranças do passado, substituindo a figura de Jair Bolsonaro por uma mais “palatável”.
- A estratégia sinaliza que Tarcísio quer transição interna de poder dentro da base conservadora: de Bolsonaro → Aécio, ou pelo menos de Bolsonaro → novo eixo, com ele como articulador.
- Para quem defende justiça social, soberania e ruptura com a velha política, a movimentação reforça que o modelo permanece o mesmo: político tradicional, alianças de poder, elites reunidas em evento corporativo — não mudança de paradigma.
Consequências e riscos
- O reposicionamento de Aécio como presidenciável abre duas frentes: o desgaste público de quem perdeu credibilidade e a necessidade de explicar o que representa para o Brasil de 2026 — sob risco de parecer revival nostálgico.
- Para Tarcísio, há um desafio estratégico: manter autonomia e não ficar marcado como mero canal de uma velha guarda.
- Já para a sociedade, o alerta é evidente: se a direita opta por reciclar lideranças antigas, resta à esquerda mostrar que o único caminho para o país é renovação real — política, social e econômica — e não retorno a fórmulas já desgastadas.
Conclusão
O evento do Bradesco, com Tarcísio em evidência e Aécio alçado à presidência da expectativa, é mais do que uma mera articulação partidária. Ele cristaliza um momento de transição interna da direita vassalocrata — e para nós que apostamos na justiça, na participação cidadã e na democracia, é hora de agir. Mostrar que o Brasil não aceita revival de elites, que quer concretização de direitos e não apenas troca de nomes. A população exige conteúdo — e não encenação.
