Tarcísio de Freitas lamenta prisão de Jair Bolsonaro e classifica decisão como “irresponsável”
Em postagem nas redes, o governador de São Paulo sai em defesa do ex-presidente e critica a medida determinada por Alexandre de Moraes como violadora da dignidade humana

No sábado (22 de novembro de 2025), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, manifestou-se publicamente contra a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Ele classificou a decisão judicial como “irresponsável”, alegando que desconsidera o estado de saúde do ex-presidente e ignora laudos médicos e pedidos de tutela.
Em sua postagem na rede X, Tarcísio disse: “Jair Bolsonaro tem enfrentado todos os ataques e todas as injustiças com a firmeza e a coragem de poucos. Tirar um homem de 70 anos da sua casa, desconsiderando seu grave estado de saúde e ignorando todos os apelos provenientes das mais diversas fontes, todos os laudos médicos e evidências”.
Ele reafirmou que Bolsonaro é inocente e que o tempo mostrará isso. “Seguimos firmes ao seu lado e lutaremos para que essa injustiça seja reparada o quanto antes”, escreveu.
A postagem de Tarcísio chega no calor da operação que levou Bolsonaro à sede da Polícia Federal em Brasília, sob ordem do ministro Alexandre de Moraes — feita ainda antes do trânsito em julgado das condenações em processo criminal contra o ex-presidente.
Ao classificar a prisão como “irresponsável”, Tarcísio posiciona-se como porta-voz de uma narrativa de vitimização – a de que o ex-presidente está sendo alvo de perseguição política e judicial. A menção ao “grave estado de saúde” do detido é utilizada para reforçar que a ação não estaria apenas no âmbito jurídico — mas, segundo ele, entraria no campo da injustiça social e da violação de direitos.
Se o episódio da prisão pode vir a representar um divisor de águas institucional, a fala de Tarcísio mostra que o bloco aliado a Bolsonaro busca consolidar a narrativa de que ele está sendo alvo de um aparato que age com arbitrariedade. Nesse risco de captura do discurso pela “vítima”, cresce também o desafio para a democracia: como interpretar e reagir a mobilizações que se baseiam em alegações de perseguição?
Neste momento de tensão, cabe lembrar que a justiça não é neutra nem automática — mas a reação política tampouco pode ignorar o caráter jurídico do processo em curso. A fala de Tarcísio lança um alerta aos que acreditam nas instituições: se entendemos que a prisão visa garantir dignidade, igualdade e justiça, devemos sempre fiscalizar quando elas são acionadas — para quem e sob quais condições.
Fonte: Diário do Centro do Mundo.
