Justiça convoca ex-assessores, policiais e militares suspeitos de golpes e violência institucional

O Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para dezembro o julgamento dos réus do “núcleo 2” da trama de golpe pós-eleições de 2022, acusados pela Procuradoria‑Geral da República (PGR) de planejar uma minuciosa ofensiva contra a democracia. As sessões foram marcadas para os dias 9, 10, 16 e 17 de dezembro de 2025.

Entre os acusados estão ex-assessores presidenciais, policiais e militares da reserva — nome de peso como Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e Mário Fernandes, general da reserva do Exército. A denúncia aponta envolvimento em crimes gravíssimos como: tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, proposta de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.

De acordo com a acusação, o grupo do núcleo 2 teria elaborado a chamada “minuta do golpe”, articulado o uso da PRF para dificultar o deslocamento de eleitores — sobretudo no Nordeste — e planejado a “neutralização violenta” de autoridades em cargos públicos, caso preciso.

O relator da ação é o ministro Alexandre de Moraes, e a presidência da 1ª Turma do STF está a cargo do ministro Flávio Dino. O julgamento representa o fechamento do ciclo dos núcleos responsáveis pela trama: após a condenação de integrantes do núcleo político (incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro) e o andamento dos núcleos de inteligência e desinformação, caberá ao STF concluir com a etapa de responsabilização dos operadores práticos da conspiração.

Para nós — comprometidos com a democracia, a soberania popular e os interesses do povo — este julgamento não é um ritual jurídico. É uma liturgia de justiça: provar que quem tenta desmontar a democracia com milícias, instituições dominadas e golpes responde por seus atos. Se deixarmos passar impune, a ameaça volta a rondar cada eleição, cada voto, cada direito conquistado.

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