STF exige extradição de Alexandre Ramagem
Justiça brasileira formaliza pedido de extradição contra ex-chefe da ABIN condenado por golpe

O Supremo Tribunal Federal determinou nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, o início do cumprimento da pena de 16 anos e um mês de prisão contra o deputado federal condenado Alexandre Ramagem (PL-RJ), responsável pelo que o tribunal apontou como “núcleo crucial” da trama golpista de 2022–2023. O ministro Alexandre de Moraes declarou que Ramagem está oficialmente foragido e ordenou a expedição de mandado de prisão definitivo, com inclusão de seu nome no banco nacional de mandados de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, Ramagem viajou clandestinamente para os Estados Unidos antes da conclusão do julgamento, provavelmente no início de setembro — quando seu passaporte já havia sido cancelado e sua saída já era proibida. A justificativa oficial da família falou em “perseguição política”, mas o resultado jurídico é claro: fuga para escapar da aplicação da lei penal.
Diante da situação, o STF determinou que a Polícia Federal adote todas as providências cabíveis, incluindo a preparação de um pedido formal de extradição a ser enviado ao Ministério da Justiça e ao Itamaraty. Se entregue, a documentação será encaminhada às autoridades dos EUA para análise — o que pode resultar na detenção e entrega de Ramagem ao Brasil para cumprir a pena.
A condição de foragido e a iniciativa de extradição provocaram reação imediata no Congresso: o líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), protocolou requerimento para cassação do mandato de Ramagem e suspensão de seus salários, cotas e verbas de gabinete — argumento: “não faz sentido financiar um deputado condenado, foragido e sem condições de exercer mandato”.
O caso agora entra numa fase decisiva. A extradição se anuncia como um teste de credibilidade da justiça brasileira. Se os EUA colaborarem e aceitarem entregar Ramagem, será um golpe simbólico contra a impunidade. Se não — ou se arrastarem o processo indefinidamente — fica exposta a falha do sistema, a permissividade à fuga de militares e agentes golpistas, e a humilhação de uma justiça incapaz de aplicar sua sentença.
