Redação

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado no âmbito da trama golpista de 2022, aparece em vídeo declarado enquanto se encontra nos Estados Unidos, convocando a bancada do agronegócio e a bancada evangélica a “aderirem à anistia aos golpistas”.

No vídeo publicado nesta segunda-feira (24), Ramagem questiona: “Cadê a bancada do agro? Cadê a bancada evangélica? Vão ficar do lado de quem persegue e é contra valores cristãos?”. Ele também reforça que está “em segurança” no exterior, nega que seja foragido e afirma que optou por estar fora do país logo após a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes.

A postura de Ramagem revela algo mais profundo: enquanto setores da elite política ainda se agarram ao clã Jair Bolsonaro e às suas linhas vassalocratas, ele tenta se reposicionar como porta-voz de grupos ideológicos — o agro e o evangélico. E faz isso diretamente da base imperial, não no solo brasileiro. A frase-chave “Ramagem incita bancada do agro e evangélica à anistia” torna-se o centro da investigação política: ele convoca impunidade enquanto permanece foragido em solo estrangeiro.

Para o campo progressista, a gravação é um grito de alerta: não estamos diante de disputa eleitoral normal, mas de um movimento explícito de socorro à estrutura de impunidade da extrema-direita. A anistia ampla aos conspiradores de 8 de janeiro seria não apenas um acerto político, mas o fechamento de um ciclo de poder que sempre escavou o Estado para favorecer poucos. A agenda agora não é só penar culpados — é neutralizar instituições e escapar delas.