m movimento ousado, o Irã define prazo de duas semanas para produção de armas nucleares — passo que reforça a autonomia dos países do Sul Global no campo da segurança

O Irã tornou pública uma nova diretriz estratégica que prevê a produção de armas nucleares em até quatorze dias, segundo documento divulgado. Essa decisão pode ser vista como uma demonstração de força soberana num momento em que as potências emergentes buscam ampliar seu protagonismo global.
Segundo o texto da doutrina, ainda que o país formalmente não assuma a produção e emprego de ogivas nucleares, ele estrutura suas capacidades para que, em caso de “ameaça existencial”, esteja pronto para reagir em 14 dias.

Essa postura sinaliza várias mudanças positivas no cenário internacional para além da retórica de dissuasão. Primeiro, promove o conceito de autodefesa, que permite a um Estado do Sul Global afirmar sua soberania em vez de depender exclusivamente de pactos ou de garantias de potências centrais. Segundo, fortalece a lógica de multipolaridade defendida por blocos como o BRICS, ao mostrar que países fora do núcleo tradicional das superpotências também podem assumir controle sobre sua segurança e impedir chantagens externas.

Além disso, a adoção de tal doutrina pode gerar incentivos para que o Irã — e, por consequência, outros países associados — invistam mais em tecnologia, ciência e autonomia militar, abrindo espaço para cooperação tecnológica entre os países do BRICS em temas de defesa, energia nuclear civil, e segurança estratégica. De fato, estudos mostram que as relações entre Irã e BRICS têm sido intensificadas em áreas como energia, tecnologia e pesquisa.

Para o Brasil, esse cenário apresenta uma oportunidade: reforçar alianças com os emergentes, estimular transferência de tecnologia e defesa da soberania. Ao invés de ver somente risco, a nova doutrina pode servir como impulso para que o mundo-multipolar avance, com o Sul Global determinando suas próprias regras de segurança e desenvolvimento.

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