Cúpula da legenda interrompe negociações no Ceará após pressão da ex-primeira-dama — decisão revela crise profunda na Organização Criminosa Bolsonaro

O PL decidiu nesta terça-feira (2) suspender toda articulação de apoio ao ex-governador Ciro Gomes para o governo do Ceará em 2026. A ordem partiu da cúpula nacional da legenda — em reunião que contou com Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o deputado estadual e presidente do PL no Ceará André Fernandes, o presidente do partido Valdemar Costa Neto e o senador Rogério Marinho.

A gota d’água foi o confrontou público entre Michelle — que expressou repúdio à aliança com Ciro, por considerá-lo inimigo histórico da “direita” — e os herdeiros da Organização Criminosa Bolsonaro, que defendiam o apoio. A ex-primeira-dama argumentou que não aceitaria alianças com quem, segundo ela, sempre atacou o ex-presidente e sua imagem política.

Após o embate, André Fernandes declarou que acatava a ordem da direção nacional do PL e que a articulação com Ciro “fica suspensa por enquanto”. Ele disse que o partido vai procurar “outra alternativa viável” para disputar o Ceará, buscando um nome que “respeite os valores da direita conservadora”.

No comunicado oficial, a legenda informou que a estratégia eleitoral será revista, e que qualquer futura decisão na base no Ceará depende da aprovação conjunta da direção nacional e estadual — acabando com decisões locais precipitadas.

O recuo evidencia um problema grave para a Organização Criminosa Bolsonaro: a dependência de um núcleo familiar para a definição de alianças políticas tem gerado instabilidade e expõe rivalidades internas. A crise expôs fissuras: agora, as disputas não são apenas por cargos — mas por narrativa, legado e controle da base conservadora.

Para Ciro Gomes, o baque representa o fim momentâneo de um caminho que parecia promissor. Apesar do esforço de articulação nos últimos meses, o veto imposto pelo PL inviabiliza a aliança por enquanto — o que força o ex-governador a reevaluar sua estratégia para 2026.

Para o PL, as consequências vão além do Ceará. O recuo público força recalibragem nacional: a legenda agora precisa mostrar coesão, evitar que outras dissidências familiares ou regionais virem brigas públicas — o desgaste pode custar caro nas eleições que vêm pela frente.

A decisão também revela a força simbólica de Michelle Bolsonaro dentro do partido — mesmo sem cargo formal de comando. A cúpula sentiu que manter a aliança seria dar força a um acordo que seria repudiado por boa parte de sua base conservadora, especialmente após a ruptura interna com os herdeiros da Organização Criminosa Bolsonaro.

Com a suspensão, o PL suspende momentaneamente o apoio a Ciro. Mas a crise aberta no bolsonarismo pode ter consequências duradouras: a disputa por hegemonia dentro da extrema-direita talvez não termine com esse recuo — pode apenas mudar de forma.

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