Pesquisa mostra: Flávio Bolsonaro alcança apenas 9% entre bolsonaristas — crise interna à vista
Levantamento aponta que o nome indicado por Jair Bolsonaro para 2026 não empolga nem mesmo a base radical

Um novo levantamento do instituto Datafolha, divulgado neste sábado (6), coloca em xeque a aparente consolidação do clã Bolsonaro rumo às eleições de 2026. Segundo a pesquisa, apenas 9% dos bolsonaristas radicais manifestaram preferência por Flávio Bolsonaro como seu representante — percentual que expõe o profundo desgaste do sobrenome e fragiliza a estratégia da extrema-direita.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios entre os dias 2 e 4 de dezembro. No universo mais amplo do eleitorado, Flávio aparece com apenas 8% de apoio como candidato sugerido por Jair Bolsonaro — bem atrás de nomes que têm menos rejeição ou maior apelo eleitoral.
Direita fragmentada: quem realmente lidera
Dentro dos eleitores simpatizantes da família Bolsonaro, não há consenso. O levantamento aponta que:
- A maior preferência recai sobre Michelle Bolsonaro (22%) como herdeira do “ legado bolsonarista”.
- O governador Tarcísio de Freitas surge logo atrás, com cerca de 20%.
- Outros nomes como Eduardo Bolsonaro (9%), e mesmo outsiders como Ratinho Jr. (12%) aparecem à frente de Flávio.
Esse cenário evidência que, mesmo dentro do núcleo duro da direita — antes tido como fiel e coeso — prevalece a dispersão, não a unidade. A tentativa de impor um sucessor de Bolsonaro esbarra num limite de rejeição estrutural: o sobrenome não garante mais votos.
O que isso significa para 2026 — e para a luta democrática
A rejeição a Flávio Bolsonaro, mesmo entre bolsonaristas, não é apenas um dado numérico — é um indicador simbólico e concreto da falência política do projeto de vassalagem autoritária. Quando até a base recua, o colapso se torna inevitável.
Para a esquerda democrática, a desagregação da direita não representa fim automático das disputas — mas abre uma janela real de oportunidade. O risco de dispersão eleitoral e a falta de um nome forte favorece a recomposição de um campo progressista, comprometido com soberania, direitos sociais, igualdade econômica e justiça.
Será 2026 um ponto de virada? Depende — da nossa capacidade de articular narrativa, mobilizar os de baixo e impedir que o vazio deixado pelos vassalos seja ocupado por novos oportunistas.
