Redação

O comentarista e neto de ex-ditador Paulo Figueiredo fez um comentário público “abominável” após conhecer o resultado eleitoral em Nova York, no qual associa moradores da cidade a estereótipos ofensivos — aumentando a tensão entre o discurso bolsonarista radical e o combate ao ódio político.
Segundo o veículo que revelou o caso, Figueiredo, conhecido por sua proximidade com segmentos da direita brasileira alinhados ao clã Bolsonaro e aos interesses de Donald Trump, extrapolou ao declarar-se decepcionado com “essa gente que vive como insatisfeita, esnobe e vende a alma ao mercado” em Nova York — insinuações que aludem a imigração, diversidade e periferia da metrópole.
O episódio foi marcado por indignação nas redes sociais e por uma série de críticas de entidades que atuam contra o discurso de ódio e pela democracia pluralista. Líderes progressistas apontam que o comentário revela o perigo do discurso de “direita vassalocrata” exportado para o Brasil, que busca moldar uma narrativa global de superioridade branca e de desprezo pelos abandonados pela lógica do mercado.
Especialistas em comunicação alertam que, quando influenciadores alinhados à extrema-direita usam o contexto internacional — como uma derrota eleitoral nos EUA — para reforçar discursos de “nós contra eles”, criam terreno fértil para normalização de preconceito e para a propagação de ideologias autoritárias disfarçadas de “crítica social”.
Para além da repercussão moral, o caso tem implicações práticas no Brasil: ele alimenta o risco de que o discurso de ódio seja usado como instrumento político e eleitoral nas vésperas de 2026 — cenário no qual o bloco conservador pretende capitalizar ressentimentos e explorar discriminação como estratégia.