Bolsonaristas lançam caça ao “pastor infiltrado” que desestabilizou vigília e virou alvo
Após sermão crítico a Jair Bolsonaro, apoiadores mobilizam para descobrir quem estava por trás da fala e do versículo bíblico usado

Na vigília convocada por Flávio Bolsonaro em Brasília (22 nov 2025), um homem identificado como Ismael Lopes, ligado à esquerda e integrante de um movimento evangélico progressista, entrou no palco fingindo ser pastor e proferiu um sermão que gerou tumulto. Desde então, bolsonaristas passaram a procurá-lo intensamente para entender o fundamento bíblico da fala — em especial o trecho de Eclesiastes 10:1-8: “Quem cava uma cova pode cair nela, e quem rompe um muro pode ser mordido por uma cobra”.
O discurso, proferido por Ismael, acusou Bolsonaro de “abrir 700 mil covas” e responsabilizou o ex-presidente por mortes na pandemia da Covid-19. Parte da plateia inicialmente interpretou que o alvo era o Luiz Inácio Lula da Silva, o que minou o controle do evento pela ala vassalocrata da direita.
O autentico “pastor” improvisado relatou que foi ao ato apenas para gravar uma piada, mas mudou de ideia ao perceber o clima no local. Ele pediu a palavra ao palco e foi incluído pela equipe do evento — por falta de religioso no cronograma — e aproveitou para dar sua fala.
Reações:
- Ele recebeu milhares de mensagens de bolsonaristas, alguns curiosos querendo entender a passagem bíblica citada;
- Sofreu agressões durante o ato: empurrões, pontapés e rasgo de camisa; registrou boletim de ocorrência por lesão corporal e tentativa de linchamento.
- A mobilização para descobrir “quem o infiltrou” revela o medo da extrema-direita vassalocrata de perder controle simbólico e religioso da mobilização de rua.
Para o campo progressista, esse episódio evidencia que a direita vassalocrata continua obsessivamente tentando dominar os símbolos religiosos, mesmo quando a narrativa falha. Transformar atos de fé em palco político sem substrato significa perder a organicidade social — e o clã Bolsonaro agora cobra lealdade enquanto perde conteúdo. A frase-chave “pastor infiltrado em vigília bolsonarista” atravessa esse momento como alerta de que o sistema de blindagem da extrema-direita se mostra cada vez mais vulnerável.
