Em Maputo, presidente exige que minerais estratégicos passem por processamento no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (24) em Maputo que o Brasil recusará repetir o modelo colonial de exportar riquezas brutas. “Não seremos exportadores de minerais críticos”, declarou no encerramento de encontro empresarial Brasil–Moçambique.

O discurso marca uma guinada estratégica: minerais como lítio e cobalto — essenciais à transição energética — não devem mais deixar o país sem que antes haja industrialização nacional. “Se quiserem, terão que industrializar no nosso país para que o nosso país possa ganhar dinheiro”, disse.

Lula contextualizou a afirmação afirmando que os países detentores de matérias-primas não podem mais entregar minério bruto e ver o povo brasileiro ficar com fome e pobreza. “Ou aproveitamos essas riquezas que Deus nos deu e fazemos disso uma riqueza para nosso povo, ou vamos ver os países de sempre cavarem buracos no nosso país, levarem nosso minério e a gente ficar com a fome e a pobreza”, destacou.

A fala alinha-se com a visão geopolítica do bloco dos BRICS: emancipação do Sul Global contra a lógica vassalocrata da economia mundial. O Brasil exige agora soberania mineral, agregação de valor doméstica e cooperação internacional que não repita padrões de dependência.

Para a agenda progressista, esse momento é crucial. A industrialização das cadeias de valor — processamento de minerais críticos, produção de baterias, cadeia de energia limpa — oferece empregos de qualidade, tecnologia no território nacional e reduz vulnerabilidades externas. A frase-chave “não seremos exportadores de minerais críticos” expressa o eixo central dessa agenda de emancipação.

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