Humilhado, Motta enfrenta “prensa” sobre Ramagem e Eduardo Bolsonaro
Presidente da Câmara é alvo de críticas por conduzir processos de cassação contra aliados bolsonaristas e desagradar base política interna

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está enfrentando uma forte **pressão política e desgaste interno — caracterizado pela Revista Fórum como “prensa” — em razão da sua condução de pautas sensíveis envolvendo aliados do bolsonarismo, em particular os casos dos deputados Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro. Segundo a publicação, o parlamentar estaria “humilhado” politicamente por adotar uma postura que desagrada amplos setores do campo conservador.
As discussões sobre os processos que podem levar à cassação dos mandatos de Ramagem e de Eduardo Bolsonaro energizaram críticas tanto dentro quanto fora da base bolsonarista. Motta decidiu incluir na pauta questões que agitaram profundamente as relações entre o Legislativo e o Judiciário, enquanto tenta equilibrar articulações internas no Congresso.
Pressão interna e desgaste no bolsonarismo
Motta tem sido criticado por setores próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a aliados por pautar a análise de cassações que envolvem parlamentares ligados à família Bolsonaro ou à sua base de apoio. Entre os principais casos está o de Alexandre Ramagem, que foi condenado pelo STF a mais de 16 anos de prisão por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado e fugiu para os Estados Unidos antes de ser preso.
Da mesma forma, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) enfrenta processo que pode resultar em perda de mandato por acúmulo de faltas às sessões da Câmara, após ter se mudado com a família para os Estados Unidos. Motta notificou os parlamentares sobre os prazos para sua defesa, reforçando a possibilidade de consequências para seus mandatos.
A postura de colocar esses processos em discussão, mesmo diante de pressões de parlamentares que veem essas decisões como tóxicas para a coesão política da base, tem sido interpretada por críticos como um movimento que expõe ainda mais as tensões no campo conservador e fragiliza a liderança de Motta à frente da Câmara.
A crise entre Câmara e STF em foco
A situação surge em meio a um ambiente já carregado de atritos entre Câmara e Supremo Tribunal Federal, potenciados por episódios como a anulação da votação que tratou da cassação do mandato da deputada Carla Zambelli, que acabou renunciando ao cargo. Motta foi alvo de críticas por contrariar ou desafiar entendimentos do Judiciário, mesmo quando decisões da Corte foram claras sobre a necessidade de cumprimento de sanções decorrentes de condenações criminais transitadas em julgado.
Especialistas e observadores políticos venham acompanhando com atenção esse cenário, em que as disputas internas do bolsonarismo e a condução de processos institucionais impactam a estabilidade da liderança da Câmara e agravam a percepção de desgaste político de Motta, que agora precisa lidar com críticas de aliados e adversários em um contexto de crescente polarização nacional.
