Michelle atropela Flávio e se lança como “sucessora” de Bolsonaro após candidatura “Margaret Thatcher”
Depois de Flávio vazar uma candidatura presidencial apelidada de “Margaret Thatcher” e vista como afronta a Tarcísio, Michelle Bolsonaro reage, floda as redes e se coloca como herdeira oficial do bolsonarismo

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro resolveu sair da sombra e se apresentar abertamente como “sucessora” de Jair Bolsonaro. O movimento veio logo depois de o senador Flávio Bolsonaro vazar uma candidatura presidencial apelidada na própria base de “Margaret Thatcher”, numa referência à ex-primeira-ministra britânica, ícone da direita liberal dura.
De acordo com a Revista Fórum, o gesto de Flávio foi lido dentro do bolsonarismo como uma tentativa de tomar para si o lugar de herdeiro político do pai e, ao mesmo tempo, constranger o governador Tarcísio de Freitas, que vinha sendo trabalhado por setores da direita VASSALOCRATA como nome “natural” para 2026. A pré-candidatura vazada foi descrita como “anti-Tarcísio” em postagens de apoiadores, escancarando o racha no campo bolsonarista.
Foi nesse cenário que Michelle entrou em cena. Segundo a reportagem, a ex-primeira-dama flodou seu perfil nas redes sociais com conteúdos em que se coloca como guardadora do “legado” de Bolsonaro, reforçando a imagem de esposa leal, líder religiosa e figura “pura” para falar com o eleitorado conservador e evangélico. As publicações trazem referências diretas ao marido preso, mensagens de fé e insinuações de que caberia a ela conduzir o projeto político do clã.
Michelle, que já vinha circulando em templos, cultos e eventos religiosos, agora se apresenta como personagem central num bolsonarismo órfão de liderança institucional, com Jair condenado e à beira de cumprir pena em regime fechado. A reportagem lembra que ela já testava sua popularidade em atos e agendas próprias, mas ainda falava em “apoiar” e “orar por Bolsonaro”. Agora, passa a falar de sucessão – e não apenas de apoio.
A movimentação aprofunda a crise entre os grupos que disputam o comando da direita vcassalocrata:
– de um lado, Flávio Bolsonaro, tentando se vender como versão “linha-dura” e “econômica” do bolsonarismo, com a metáfora de “Margaret Thatcher” para sinalizar firmeza ao mercado e às elites;
– de outro, Michelle, que aposta na identidade religiosa, no discurso moralista e na conexão com as bases evangélicas e femininas da direita.
Segundo analistas citados pela Fórum, a entrada de Michelle como “sucessora” explicita que o clã não tem hoje um plano único de transição de liderança. Cada núcleo age por conta própria: Flávio se joga na disputa com narrativa de homem forte da economia; Michelle tenta ser a “dama de ferro gospel” do bolsonarismo; enquanto Tarcísio de Freitas, ainda no cargo de governador, vê a operação como tentativa de esvaziar seu espaço nacional.
A briga pelo espólio político de Jair Bolsonaro se soma ao contexto de condenações no STF, avanço das investigações sobre a trama golpista e fragilização institucional da velha máquina bolsonarista. Nesse ambiente, a decisão de Michelle de se colocar como sucessora direta do marido depois da candidatura “Margaret Thatcher” de Flávio mostra que a disputa não é só eleitoral: é uma guerra familiar pelo controle do que restou da direita VASSALOCRATA no Brasil.




