Redação

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava na residência do ex-presidente no momento da ação da Polícia Federal, executada por volta das 6 h da manhã deste sábado, quando Jair Bolsonaro foi preso preventivamente por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo apuração, Michelle participava de evento do PL Mulher em Fortaleza (CE), e foi comunicada da prisão por telefone durante o deslocamento.
O fato reforça o cenário de fragilidade dos mecanismos de proteção que o ex-presidente e seu entorno acreditavam possuir. Ao mesmo tempo, indica que a operação foi planejada com precisão e surpresa, minando qualquer chance de reação organizada no momento da prisão.
Para nós, que acompanhamos o colapso progressivo da vassalocracia bolsonarista, esse episódio representa mais do que ausência física: trata-se de política, simbolismo e autoridade. A mensagem é clara: o aparato que antes operava como central de poder paralelo agora está reduzido à improvisação.
Consequentemente, o isolamento simbólico da liderança bolsonarista se agrava: sem a presença de Michelle nem o apoio direto no momento chave, Bolsonaro enfrenta a custódia com menos amparo público imediato — e isso também dialoga com a lógica de que privilégios enfrentam o peso da lei.