Em meio à disputa pelo Senado em 2026, ex-primeira-dama indica obra infantil de deputada catarinense e recrudesce tensão na base bolsonarista

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro divulgou nas redes sociais um livro infantil com forte viés evangélico da deputada Ana Campagnolo — obra que, no momento, se converteu em ferramenta de mensagem indireta contra o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e sua articulação para disputar vaga de senador por Santa Catarina nas eleições de 2026.

Michelle recomendou as duas obras “Ela é ela” (Campagnolo) e “Ele é ele” (de Nikolas Ferreira), ambas com abordagem cristã sobre identidade de gênero. A ex-primeira-dama escreveu: “Indico este livro lindo, feito com muito carinho e propósito”.

A indicação aconteceu justo no momento em que Ana Campagnolo está envolvida em guerra interna no PL catarinense, defendendo que a vaga ao Senado seja destinada à parlamentar Carol de Toni, e criticando a tentativa de impor Carlos Bolsonaro como candidato pelo estado.

Michelle e Carlos Bolsonaro têm relação pública conturbada: a ex-primeira-dama já declarou não conversar com o enteado, e o vereador intensificou suas agendas em SC enquanto avalia deixar o Rio de Janeiro para disputar o Senado. O uso do livro aparece como tática simbólica: reforçar alianças no Sul do país, demonstrar posicionamento ideológico conservador e sinalizar sua influência no segmento evangélico-conservador.

Essa movimentação vai além de uma simples indicação de obra infantil — revela como os bastidores da disputa pelo poder no bolsonarismo utilizam instrumentos de comunicação simbólica, mobilização religiosa e disputas internas para reconfigurar espaços eleitorais.

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