O senador aliado de Bolsonaro reagiu com tom inflamado à ordem de prisão, dizendo que o ex-presidente está “tranquilo e fortalecido” e desafia Moraes diretamente

O senador Magno Malta saiu do tom moderado e partiu para a provocação aberta. Após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, Malta afirmou que encontrou o ex-presidente “tranquilo, fortalecido e confiante em Deus”.

Em seguida, ele lançou uma mensagem direta ao ministro Alexandre de Moraes: “A minha palavra ao tirano Alexandre de Moraes: põe a mão em Jair Bolsonaro. Põe a mão nele e tenta a sorte. O azar você já tem.”

Ao mesmo tempo, Malta minimizou a possibilidade de Bolsonaro ser transferido para o presídio da Papuda, assegurando que o ex-presidente “não teme” e que o poder de Deus está com ele.

Essa reação mostra três coisas com clareza: primeiro, a convicção do bolsonarismo de que a prisão representa perseguição política — não responsabilidade judicial. Segundo, o uso da retórica de ameaça como instrumento de mobilização: “tenta a sorte” é convite ao embate institucional. Terceiro, o componente religioso-militante, com Malta misturando fé, política e desafio em uma narrativa que busca unir apoiadores e radicalizar o tom do conflito.

No entanto, a agressividade dessas falas também revela fragilidade: se o discurso parte para ofensa e provocação direta, é porque a narrativa de vítima já se tornou insustentável. Bolsonaro está preso preventivamente porque houve risco de fuga, manipulação de tornozeleira e articulação de atentado à ordem democrática — fatos que o STF leva muito a sério. Malta tenta desconectar o fato da narrativa.

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