Investidor processa Banco Master e controlador Daniel Vorcaro por prejuízos após liquidação
Primeira ação individual aponta danos materiais e morais decorrentes de aplicações em CDBs do banco

Um investidor acionou a Justiça de São Paulo contra o Banco Master e seu principal controlador, o empresário Daniel Vorcaro, em decorrência de prejuízos em aplicações financeiras após a liquidação extrajudicial da instituição. A ação, protocolada na 4ª Vara Cível do Foro Regional de Santana, tem como objetivo indenização por danos materiais e morais em razão de perdas em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) emitidos pelo banco.
A investidora, uma pessoa física, concentra boa parte de seu portfólio em CDBs do Master adquiridos por meio da corretora Nu Invest, do grupo Nubank, em séries com vencimentos programados para até 2030. Conforme os autos, o valor total investido ultrapassa R$ 500 mil, mas o montante coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) limita-se a até R$ 250 mil por CPF por instituição financeira, deixando uma parte considerável do capital sem proteção.
Primeira ação individual contra Vorcaro
Esse processo é considerado a primeira ação individual conhecida contra Vorcaro e outros sócios ligados ao Banco Master desde a decretação da liquidação extrajudicial da instituição pelo Banco Central. Além do controlador, a ação inclui como réus Felipe Wallace Simonsen e Armando Miguel Gallo Neto, sócios que participaram da expansão do banco nos últimos anos.
Argumentos centrais da ação
Na petição inicial, a investidora sustenta que a liquidação comprometeu a segurança e a rentabilidade das aplicações, configurando falha grave na gestão e na responsabilidade dos controladores pela proteção dos recursos captados do público. O pedido é de indenização no valor de R$ 306,7 mil, correspondente às perdas que ela alega ter sofrido após a intervenção regulatória.
Mecanismos de garantia e impacto dos limites do FGC
Um ponto-chave do processo envolve justamente os limites do FGC, que, ao mesmo tempo em que oferece certa amparo ao investidor, não cobre integralmente grandes somas aplicadas em uma mesma instituição financeira. O fundo consolida investimentos para fins de cobertura independentemente das datas ou prazos dos títulos, e apenas restitui o valor principal mais a remuneração até a data da intervenção — sem garantir total ressarcimento em casos de valores superiores ao teto.
Até o momento, a ação não corre sob segredo de Justiça, e não há pedido de tutela de urgência conhecido. A assessoria de Vorcaro não comentou oficialmente o caso até a publicação desta reportagem.
