Senador descreve cela de 12 m² como espaço “insuficiente para viver”, expõe desconfortos com barulho e falta de privacidade

Flávio Bolsonaro voltou a levantar o tom contra as condições em que o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão na sede da PF em Brasília. Em declarações recentes, o senador qualificou a cela especial como “um cativeiro”: uma sala de cerca de 12 m² onde, segundo ele, há espaço insuficiente para qualquer exercício e o pai fica preso o dia inteiro.

Ele reclamou do local apertado e da impossibilidade de mobilidade: “dá 10 passos para um lado, dá 10 passos para o outro e já acabou o espaço”, disse, sublinhando que Bolsonaro tem orientação médica para exercícios físicos. Além disso, apontou o barulho constante do sistema de ar-condicionado do prédio — segundo Flávio, a sala fica ao lado do aparelho central, o que torna impossível um ambiente minimamente silencioso para descanso ou paz.

Apesar da cela especial dispor de frigobar, TV, ar-condicionado, janela e banheiro privativo — estrutura superior à de uma cela comum, de acordo com o relato da PF — Flávio argumenta que o conforto material não compensa a “claustrofobia” e a condição de confinamento permanente. A crítica põe em xeque o discurso oficial de “tratamento digno” — quando o que se denuncia é, na prática, falta de privacidade, restrição de movimentos e desgaste psicológico.

Para setores progressistas e de direitos humanos, o caso reforça o debate sobre dignidade na detenção: independentemente de quem esteja preso, deve haver garantia de condições mínimas que respeitem o humano — não privilégios, mas dignidade. A denúncia de Flávio lança luz sobre o quanto a Justiça e as autoridades penitenciárias podem ser seletivas, mantendo privilégios simbólicos enquanto violam garantias básicas.

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