Flávio Bolsonaro diz que “não tem volta” e revela “preço” para desistir da candidatura
Em vídeo e entrevista, senador condiciona retirada da corrida a anistia de presos pelo 8-de-Janeiro e à elegibilidade de seu pai

O senador Flávio Bolsonaro afirmou publicamente que sua pré-candidatura à Presidência para 2026 segue firme — a menos que seja cumprida uma exigência peculiar: a libertação do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu pai, para que ele volte “livre às urnas”. Uma reversão dependeria de um “preço”, segundo ele próprio declarou.
Em vídeo divulgado nas redes — e repercutido pela Revista Fórum — Flávio declarou que, apesar de dizer que poderia desistir, bateu o martelo: “não tem volta” a menos que seja feita justiça para o clã. Ele condiciona sua desistência à anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e à reabilitação política de seu pai — o que representaria, na prática, a libertação do passado autoritário e criminoso.
Chantagem política sob o manto da “justiça”
A fala de Flávio configura uma chantagem escancarada: sua candidatura só será abandonada se a direção política seguir a cartilha do bolsonarismo — ou seja, anistia e impunidade para crimes contra a democracia. Um recado claro à elite, aos partidos e aos que ainda tratam o bolsonarismo como opção viável: “sem perdão, sem trégua”.
Essa estratégia revela o desespero do bolsonarismo diante da rejeição crescente e da crise interna: não se trata mais de disputa eleitoral — trata-se de sobrevivência política do clã. A exigência, além de imoral, expõe o quanto o projeto autoritário depende da revogação de decisões judiciais e da reescrita da história.
O que isso significa para 2026 e para a luta democrática
— A chantagem revela sobre o que se sustenta o bolsonarismo: não sobre programa, propostas ou apoio popular — mas sobre impunidade e fanatismo.
— Para quem defende democracia, justiça social e soberania institucional, essa postura é um alerta vermelho: o bolsonarismo não busca disputar votos — busca reverter condenações.
— Esse tipo de narrativa indica que a disputa eleitoral de 2026 não será só entre candidaturas — será uma disputa civilizatória entre o Brasil livre e democrático e a reedição de um projeto autoritário e vassalocrata.
Resistência ativa: não dar trégua à impunidade
Nós — comunicadores, militantes, leitores — não podemos aceitar que crimes contra a democracia sejam negociados como mercadoria eleitoral. Recusar essa chantagem significa defender memória, dignidade, justiça e futuro. Significa reafirmar que o Brasil não será refém de nostalgia autoritária nem de impunidade seletiva.
Que fique claro: a pré-candidatura não é debate de propostas — é tentativa de resgate de um passado criminoso. E ela só encontrará resistência: no jornalismo, na mobilização popular e nas urnas.
