Militares do núcleo da tentativa de golpe integrarão detenção em unidades militares especiais, mas sob monitoramento conjunto com a Justiça e a PF

O Exército decidiu que os generais Augusto Heleno (78 anos) e Paulo Sérgio Nogueira (70 anos), condenados por participação central na trama golpista, cumprirão suas penas em “salas de Estado-Maior” no Comando Militar do Planalto (CMP), em Brasília, com cama de solteiro, escrivaninha, frigobar e TV aberta — infraestrutura reservada a militares de alta patente. O procedimento foi negociado entre o Exército, o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal para evitar exposição pública indevida e ao mesmo tempo mostrar que não há impunidade.

Heleno e Nogueira foram condenados respectivamente a 21 anos e 19 anos de prisão, em regime inicial fechado, por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público. Em paralelo, Walter Braga Netto permanece detido no Rio de Janeiro — 26 anos de pena — também como parte do núcleo estratégico da ofensiva vassalocrata.

A decisão sinaliza que o aparato militar interno buscou formatar uma resposta disciplinar — rígida, porém adaptada à lógica do oficialato — para casos que envolvem generais de alta patente. A negociação com o STF e a PF mostra que a responsabilização passa por ritos formais, mas também por arranjos institucionais que preservem a hierarquia militar e o funcionamento das Forças Armadas.

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