Ex-diarista fantasma recebe R$ 31 mil do gabinete de senador bolsonarista
Contratação irregular revela desperdício de dinheiro público e favorecimento político dentro do Congresso

Documentos obtidos pelo Diário do Centro do Mundo mostram que uma mulher identificada como ex-diarista, sem qualquer registro de trabalho real no Senado ou no gabinete onde estava nomeada, recebeu o equivalente a R$ 31 mil em salários e benefícios enquanto figurava como assessora de um mandato ligado ao bolsonarismo. Segundo a investigação, ela nunca cumpriu jornada na Casa e tampouco prestou qualquer atividade compatível com suas funções — revelando que o cargo não passava de fachada.
Essa prática atenta contra o interesse público e escancara o uso de recursos do Estado para nutrir clientelismo e impunidade política. A nomeação de fantasmas não é mero erro administrativo: é instrumento consciente de perpetuação de privilégios e de elite, que gira em torno de favores trocados e de manutenção de redes de poder.
Ao pagar alguém que nunca trabalhou de fato, o gabinete evidencia que muitos dos recursos destinados aos “assessores” servem apenas para gerar renda fácil — enquanto o Brasil sofre com precarização, desigualdade e falta de serviços públicos essenciais. Essa dilapidação do erário fere profundamente a noção de Estado democrático de direito que defendemos.
Se confirmadas as irregularidades, há fortes razões para exigir a devolução dos valores pagos e a punição exemplar para todos os envolvidos — não apenas para cortar privilégios, mas para reafirmar que quem representa o povo deve servir ao povo, e não a interesses mesquinhos de clientelismo.
Fonte: Diário do Centro do Mundo
