O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) reagiu publicamente nesta quinta-feira (18) às críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia à pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência da República, ao associar o nome de Tarcísio de Freitas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sem escrever texto, Eduardo compartilhou em suas redes sociais quatro fotos de Tarcísio de Freitas ao lado de Lula, em momentos que incluem uma recente inauguração de um canal de notícias em que os dois surgem em clima amistoso. A estratégia visual foi usada para questionar a narrativa de que Tarcísio teria um perfil eleitor mais competitivo e menos rejeitado do que os integrantes da família Bolsonaro, conforme defendera Malafaia em entrevistas recentes.

Em outra postagem, o parlamentar ironizou a análise de Malafaia — que sugeriu que Tarcísio teria menor rejeição eleitoral e, por isso, seria um candidato mais competitivo em 2026 — afirmando: “Meus olhos vs. narrativa. Jair apoia Flávio, Flávio atrai toda a rejeição, vai perder. Jair apoia Tarcísio. Rejeição de Bolsonaro não atinge Tarcísio, que vai ganhar.”

As observações de Eduardo Bolsonaro surgem no rastro de declarações de Malafaia em que o pastor defendeu que o senador Tarcísio poderia formar uma chapa competitiva com Michelle Bolsonaro como vice, e que a rejeição de Flávio e de Jair Bolsonaro seria um obstáculo para ampliar apoios e viabilidade eleitoral frente à eleição presidencial de 2026.

Tensão na direita e estratégias eleitorais

A troca de farpas entre figuras do bolsonarismo e apoiadores conservadores ocorre em meio a um debate mais amplo sobre strategias e alianças dentro do campo de direita. Malafaia, por exemplo, chegou a afirmar que Tarcísio apresentaria menor rejeição e maior competitividade frente às pesquisas de intenção de voto — um argumento que tem sido discutido entre dirigentes e influenciadores políticos que buscam consolidar um nome competitivo capaz de enfrentar o presidente Lula em 2026.

No entanto, a resposta visual e crítica de Eduardo Bolsonaro ao publicar fotos de Tarcísio com Lula visa justamente contestar a narrativa de distanciamento entre o ex-governador e o atual presidente, interpretando os registros como evidência de proximidade e convivência política que contradiria a ideia de um candidato independente e com baixa rejeição.

Especialistas em comportamento político observam que episódios como esse refletem as disputas internas no bloco conservador sobre quem melhor poderia reunir apoio popular e encarar o cenário eleitoral contra o PT, em um contexto de alta polarização e fragmentação de apoio eleitoral — especialmente entre eleitores bolsonaristas e setores mais tradicionais do centro-direita.