Eduardo Bolsonaro lamenta retirada de Moraes da Lei Magnitsky e critica falta de apoio político interno
Deputado do PL diz receber “com pesar” decisão do governo dos EUA de retirar ministro do STF da lista de sanções e culpa falta de unidade política no Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com críticas à decisão do governo dos Estados Unidos de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes da lista de sancionados pela Lei Magnitsky — mecanismo legal que permite sanções internacionais contra indivíduos acusados de graves violações de direitos humanos ou corrupção.
Em nota publicada em suas redes sociais, o parlamentar afirmou receber a medida “com pesar” e atribuiu o desfecho à falta de unidade política no Brasil para sustentar uma pressão internacional mais duradoura e coerente. Segundo ele, a ausência de coesão interna teria enfraquecido a estratégia de pressão externa que, inicialmente, havia ganhado tração no governo americano.
Criticando a falta de apoio político
Eduardo Bolsonaro criticou a fragmentação do cenário político interno e disse que a sociedade brasileira “não conseguiu construir a unidade política necessária para enfrentar seus próprios problemas estruturais”, sugerindo que esse déficit teria contribuído para o recuo dos EUA em manter as sanções contra Moraes.
O parlamentar também agradeceu o apoio que, segundo ele, o ex-presidente Donald Trump teria demonstrado ao longo do processo, destacando a atenção dada à “grave crise de liberdades” no país. Ainda na nota, Eduardo Bolsonaro afirmou esperar que a decisão americana possa “ser bem-sucedida na defesa dos interesses estratégicos do povo americano”, caracterizando a postura de Washington como parte de um contexto diplomático mais amplo.
Contexto internacional e diplomático
A retirada de Alexandre de Moraes da lista da Lei Magnitsky ocorre após meses de crescente tensão diplomática entre Brasil e Estados Unidos, em que sanções e restrições — inclusive de vistos — haviam sido aplicadas a autoridades brasileiras em meio a um quadro de desentendimentos políticos e econômicos.
O episódio, que teve início com pressões e articulações externas lideradas em parte por Eduardo Bolsonaro em Washington, acabou evoluindo para negociações diplomáticas entre os governos brasileiros e americanos. Em dezembro de 2025, o governo dos EUA confirmou a reversão das sanções, destacando que as restrições impostas anteriormente deixaram de se justificar diante de mudanças no contexto bilateral.
Desdobramentos políticos internos
A posição de Eduardo Bolsonaro reforça a narrativa de parte do bolsonarismo de que a atuação de autoridades brasileiras — em especial do Judiciário — teria motivado pressões externas e afetado a soberania do país. A crítica ao próprio ambiente político interno é relativamente rara, mas o deputado sugeriu que um maior apoio político poderia ter sustentado ações que ele acredita serem favoráveis à agenda de seu grupo político.
A retirada de Moraes da lista da Lei Magnitsky marca um ponto de inflexão nas relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos e coloca em evidência tanto as fragilidades quanto os limites das estratégias que misturam política doméstica e pressão internacional.
