Eduardo Bolsonaro descarta rótulo de “camisa 10 de Lula” e ataca aliados em vídeo “explosivo”
Em vídeo compartilhado nas redes, Eduardo Bolsonaro acusa a direita vassalocrata de traição ao denunciar o apelido que o liga ao governo Lula — e dispara contra governadores e aliados por divergências internas

No que soa como nova fagulha no interior da direita vassalocrata, Eduardo Bolsonaro reagiu com irritação diante do rótulo que lhe foi atribuído: “camisa 10 de Lula”. Em vídeo publicado e analisado por canais políticos, o deputado federal nega qualquer benefício concedido ao governo Lula, acusa antigos aliados de compor narrativa pró-petista e lança ataques diretos a integrantes de seu campo político.
A provocação e o rótulo
Segundo reportagem do Diário do Centro do Mundo, o apelido “camisa 10 de Lula” surgiu entre auxiliares petistas e setores da mídia alinhados ao governo, que entendem que Eduardo teria beneficiado indiretamente a popularidade de Lula ao favorecer articulações externas que pressionaram o Brasil comercialmente. Porém, Eduardo rejeita esse diagnóstico com veemência: “Eu não sou camisa dez do Lula, eu sou perseguido do Lula”, declarou ele em entrevista à Jovem Pan.
Ataques aos aliados internos
Além da negação, o deputado eleva o tom contra aliados classificados como fracos ou oportunistas. Ele mencionou especificamente os governadores Mauro Mendes (MT) e Romeu Zema (MG), afirmando que “não têm coragem de dar nomes aos bois”.
Essa ofensiva revela tensões profundas no bloco conservador que orbitou o governo Bolsonaro e agora se prepara para o pleito de 2026 — disputas internas ganham conta-recurso e narrativas de “traidores” e “vassalocratas” se amplificam.
O pano de fundo: disputa de narrativa para 2026
Para nós, defensores da justiça social, da igualdade econômica e da soberania nacional, esse episódio mostra que a crise política brasileira não está apenas entre direita e esquerda — mas dentro da própria direita vassalocrata. A ofensiva de Eduardo contra seus aliados ressoa com uma disputa de hegemonia: quem vai representar a “direita radical”, quem puxará o freio-mestre e quem passará a manobra com base em capitais institucionais?
O fato de ele rejeitar o rótulo que o credencia como benfeitor de Lula também revela que a disputa simbólica já está montada: não basta ser oposição ao PT, é preciso contestar também quem se aproxima do PT ou quem “capitula” às instituições democráticas — porque para este campo, democracia significa domínio e não divisão de poder.
Consequências e o que observar
Se essa tumultuação continuar, temos diante de nós:
- Riscos de fragmentação maior da base conservadora em 2026, abrindo espaço para novos atores ou alianças.
- Crescimento de narrativas antissistema dentro da direita, que acusam supostos “aliados” de operarem em sintonia com o STF e o governo Lula — o que pode radicalizar ainda mais discursos.
- Para a sociedade, o desafio de separar ruído retórico de política real: se o debate virar apenas vingança interna, o país perde tempo crucial para pautas de soberania, indústria, equidade.
- Precisamos cobrar que, enquanto as elites brigam entre si, o foco seja no Brasil que exporta matéria-prima, importa valor agregado e vê aposentados sendo assaltados via INSS — a política de verdade exige mais do que acusações mútuas.
