Em série de postagens agressivas a partir dos Estados Unidos, o deputado ataca o governador Romeu Zema e órgãos que questionam o racha no arco da direita vassalocrata

O deputado Eduardo Bolsonaro, que vive nos Estados Unidos e enfrenta a iminência de uma possível extradição por ordem da Justiça brasileira, iniciou uma ofensiva pública intensa contra o governador Romeu Zema e aliados que, segundo ele, “traíram o clã”. Em postagens nas redes sociais, Eduardo acusou a “direita vassalocrata” de operar em bastidores e citou, de forma pejorativa, “prostitutas políticas que trocaram o grito do povo por acordos escusos”. A reportagem do Revista Fórum traz os bastidores desse conflito.

Durante o fim de semana, Eduardo publicou uma série de tweets em que chama Zema de “candidato do sistema” e “adesivo do establishment”, acusa-o de medíocre e anuncia que a “ressaca está apenas começando”.

https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1988736149620404594?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1988736149620404594%7Ctwgr%5Ecfc3c7c7f9f7ccfac776a4c740034be6f0298ace%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fd-1761966310880435632.ampproject.net%2F2510081644000%2Fframe.html

O cenário de risco

Fontes próximas ao processo de extradição informam que o movimento de Eduardo não é só midiático, mas estratégico: quanto maior o escândalo interno, maior a chance de buscar mobilização internacional e pressão sob a Justiça brasileira. O fato de ele atacar Zema — figura que se apresenta como alternativa conservadora fora da órbita Bolsonaro — indica que a fissura dentro da direita está se ampliando.

O ataque e suas implicações

Eduardo não poupou palavras:

“Esses que se dizem “novos” nada mais são que rentistas do sistema, negociantes da causa, ‘prostitutas’ que passaram a negociar o silêncio dos nossos adversários” — escreveu em um dos posts.

A acusação trouxe repercussões imediatas: Zema, até então com postura moderada e liberal, respondeu que não irá se subsumir à “retórica de raiva e vingança”. A assessoria do governador emitiu nota afirmando que “o MinasGoverno não se deixa intimidar por bravatas do exterior e segue trabalhando pela liberdade, emprego e desenvolvimento”.

Por que isso importa

Para quem defende justiça social, democracia e soberania, o episódio é emblemático:

  • A ofensiva de Eduardo mostra que o bolsonarismo aposta em polarização e espetáculo, mesmo diante de riscos judiciais graves.
  • A acusação de “prostitutas políticas” não é apenas insulto: insinua existências de redes corporativas e conluios hipócritas dentro da direita — algo que a mídia tradicional tenta esconder.
  • O episódio revela que a disputa da direita vassalocrata não é apenas contra a esquerda, mas internamente, por protagonismo, legado e poder.
  • Para a sociedade, é um alerta: a política que se pretenda soberana e de esquerda deve apontar também para auto-crítica, transparência e reconstrução de base — não repetir fórmulas agressivas e privilegistas.
https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1988744929263186156?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1988744929263186156%7Ctwgr%5E7d767128509c752c5b79c6a02ec56f9f6bdbd6a8%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fd-1761966310880435632.ampproject.net%2F2510081644000%2Fframe.html

Consequências políticas

  • Zema pode sacar vantagem desse embate, construindo imagem de fim de ciclo bolsonarista e perfil “alternativo” à direita tradicional.
  • Eduardo Bolsonaro, por sua vez, arrisca ficar isolado: com maior rejeição, com risco de extradição e com base eleitoral em hemorragia, ele tenta reagir — mas pode se afundar mais no espetáculo.
  • O campo progressista pode aproveitar esse racha para avançar narrativas de ética, renovação e democracia real, oferecendo alternativa à polarização tóxica.

O que vem pela frente

  • O cronometragem da extradição de Eduardo será um dos fatores centrais — se a Justiça decidir avançar, o impacto político será enorme.
  • Zema poderá consolidar uma frente moderada-conservadora independente do bolsonarismo ou pela interrupção do legado clânico.
  • Para o Brasil, a nova campanha de 2026 se coloca com três vetores: resignificação da esquerda, reconfiguração da direita e renegociação da justiça política e institucional.

Conclusão

Este momento não é apenas disputa de protagonismo dentro da direita — é uma reconfiguração estrutural. Eduardo Bolsonaro usa tática de assalto retórico e ataque pessoal para se manter relevante. Mas a movimentação revela vulnerabilidade. Para nós, que militamos por justiça social e democracia, resta reafirmar: o poder não pode residir em vaidades, “acordos de bastidor” ou ofensivas polarizantes — ele deve residir na organização popular, no direito coletivo e na responsabilidade pública.

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