A investigação revela que o Rioprevidência aplicou R$ 2,6 bilhões em títulos do Banco Master — mais de 25% de seu patrimônio — expondo aposentados do RJ a risco financeiro

O fundo Rioprevidência — responsável pelo pagamento das aposentadorias e pensões dos servidores públicos do Estado do Rio de Janeiro — aplicou R$ 2,6 bilhões em títulos emitidos pelo Banco Master e em fundos administrados pela sua corretora, segundo decisão do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ).

Segundo o tribunal, esse volume representa mais de 25% de todo o patrimônio da Rioprevidência. As aplicações incluíam letras financeiras emitidas pelo Banco Master — títulos que não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) — o que implica risco direto aos valores dos servidores aposentados caso o banco enfrente liquidação ou intervenção.

As irregularidades identificadas envolvem concentração excessiva de recursos, descumprimento de normas de diversificação de investimentos e exposição a fundos de alto risco, como o fundo “Texas I FIA”, cujo portfólio estava praticamente 96% investido em ações da Ambipar Participações.

A Rioprevidência contestou as alegações, afirmando que as aplicações teriam envolvido “aproximadamente R$ 960 milhões” e que “o fato de o fundo ser administrado por determinada instituição — como o Banco Master — não significa que os recursos estavam aplicados diretamente nessa instituição”.

Este episódio revela o abismo entre discurso público de proteção dos servidores e a real gestão dos recursos previdenciários no Estado do Rio. Ao confiar bilhões numa instituição privada altamente exposta, o sistema previdenciário público arrisca não apenas o pagamento das pensões, mas também a confiança dos trabalhadores.

Para nós, progressistas, esse caso é uma bomba: evidencia como o capital privado e as bancas financeiras podem capturar recursos que deveriam estar blindados em benefício dos direitos sociais. Não há separação entre privilégios da elite financeira e risco para o cidadão comum: os aposentados do RJ agora sabem que seu dinheiro foi gambiarra na máquina do especulador.

Urgem medidas: auditoria independente, responsabilização dos gestores que permitiram a sangria e, claro, a reestruturação das regras de investimento dos fundos públicos para que sirvam ao povo — não aos bancos.

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