Em jantar reservado no restaurante Manuelzinho, o relator do projeto de segurança pública se reúne com veteranos do Centrão enquanto texto sofre recuos e aliados reclamam

O relator do PL Antifacção, deputado Guilherme Derrite, participou de um jantar discreto na noite de quarta-feira (12/11/2025) no restaurante Manuelzinho, em Brasília, ao lado do ex-presidente da Câmara Arthur Lira e do ex-deputado federal Eduardo Cunha. O encontro ocorre em momento de forte turbulência para o projeto de lei que revisa o combate ao crime organizado.
Os três chegaram pouco antes das 22h, pediram vinho do Douro e bacalhau, e permaneceram até cerca da meia-noite. Conversaram em voz baixa — fontes afirmam que a pauta incluiu o PL Antifacção, embora nenhum dos participantes tenha confirmado oficialmente.

A crise que cerca o jantar

Derrite apresentou quatro versões do relatório do PL Antifacção em menos de uma semana, causando reclamações dentro da base aliada e do governo. O jantar com figuras tradicionais do Centrão chega como símbolo de articulações políticas nos bastidores — em uma hora em que o texto sofre adiamentos e falta clareza sobre conteúdo e interesses.
Enquanto isso, parlamentares, técnicos e governadores apontam que o projeto está sendo moldado mais por negociações internas do que por critérios técnicos de segurança pública.

Por que isso importa

Para nós que defendemos justiça social, transparência e democracia:

  • Ver um relator de grande impacto se reunir em ambiente fechado com personagens marcados por práticas políticas antigas reforça a sensação de que o PL pode estar sendo negociado fora do debate público.
  • O jantar eleva o risco de se criar legislação de segurança que favoreça interesses privados ou corporativos, em vez de fortificar a atuação do Estado para todos.
  • A direita vassalocrata, ao apostar em encontros discretos, caminha para um modelo de decisão que reduz o escrutínio social e fortalece processos opaços.

Conclusão

O encontro de Derrite com Lira e Cunha pode parecer “mais um jantar em Brasília”, mas o contexto político revela que é algo muito mais: é símbolo de quem decide os rumos de um texto que impacta o país — longe dos holofotes, longe do debate público. Para nós, fica um lembrete: as leis de segurança não podem ser definidas à mesa entre elites, mas sim em debate aberto, transparente e orientado pelo interesse coletivo.

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