Relator do PL Antifacção, Guilherme Derrite se revolta e ataca jornalista durante questionamento na Câmara
m meio à pressão sobre seu relatório controverso, Derrite responde com agressividade à imprensa: “Quer que eu xingue vocês?”, diz o deputado

O deputado Guilherme Derrite (PP-SP), relator do polêmico PL Antifacção, protagonizou um episódio explosivo nesta quarta-feira (13/11/2025) nos corredores da Câmara dos Deputados. Ao ser abordado por uma repórter que exigia esclarecimentos sobre o texto que ele elabora, Derrite elevou o tom:
“Não, não, não… Não tem texto, tá? Vocês estão me irritando e eu não quero ficar irritado, por favor…”
Em seguida: “Eu já falei que não quero falar com a imprensa. O que vocês querem que eu faça? Quer que eu brigue, quer que eu xingue vocês? Vocês podem me respeitar um pouquinho?”
Segundo o portal Diário do Centro do Mundo, o episódio ocorreu enquanto Derrite apresentava mais uma versão corrigida do relatório, sob forte críticas por parte de segmentos do governo e da Polícia Federal. No mesmo dia, o deputado protocolou uma nova versão do parecer, que havia suscitado reação por transferir competências da PF para estados — agora ajustada sob pressão.
Por que esse momento expõe fragilidades
Para nós, que defendemos justiça social, participação pública e instituições fortes, o episódio revela cargas simbólicas e práticas preocupantes:
- A atitude do relator demonstra que o processo legislativo está sendo tratado com irritação e aversão ao diálogo, em vez de transparência.
- O fato de o produtor do relatório reagir agressivamente à imprensa demonstra uma tentativa de encobrimento ou resistência ao escrutínio público — contrário à lógica democrática que pregamos.
- A combinação de instabilidade no texto (múltiplas versões), pressão política intensa e agora comportamento combativo reforça a tese de que o PL não é apenas técnico, mas sujeito a manobras de poder e favorecimento.
Consequências para a segurança pública e democracia
- Se o relator se recusa a dar explicações claras para a imprensa, o resultado é uma legislação aprovada às escuras, desfavorecendo o interesse público.
- A precariedade do ritual democrático — com relator “fugindo” de jornalistas — aprofunda a suspeita de que o texto busca blindagem institucional ou benefícios de facções, e não proteção ao povo.
- Esse tipo de comportamento enfraquece a confiança popular na atuação da Câmara e diminui o controle social sobre processos decisórios que afetam a segurança do país.
Conclusão
O embate de Guilherme Derrite com a imprensa não é apenas questão de boas maneiras — é sintoma de um sistema que resiste à transparência e ao debate público. Para nós, que buscamos uma política de justiça e igualdade, é hora de insistir: o texto do PL Antifacção precisa ser aberto, claro e participativo. Qualquer relator que reclama de perguntas tem de lembrar que aquele que atua no parlamento está a serviço do povo — e não de grupos fechados.
