Datafolha: maioria acredita que Bolsonaro quis fugir
Pesquisa Datafolha revela: 54% dos brasileiros dizem que Bolsonaro tentou fugir; 33% acreditam em surto

Um novo levantamento do instituto Datafolha, divulgado em 8 de dezembro de 2025, deixa evidente o desgaste da narrativa em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a pesquisa, 54% dos entrevistados afirmam que acreditam que Bolsonaro tentou fugir ao danificar sua tornozeleira eletrônica. Outros 33% dizem acreditar na versão da defesa — de que o ato se deu por um “surto paranoico”. Apenas 13% não souberam ou preferiram não responder.
A amostra foi de 2.002 eleitores distribuídos por 113 municípios, ouvidos entre os dias 2 e 4 de dezembro, com margem de erro de dois pontos percentuais.
Quem acredita no que — e as fissuras da narrativa de defesa
Os dados mostram divisões sociais, regionais e por perfil político — reveladoras do impacto simbólico e político do episódio:
- No Nordeste, 61% acreditam que se tratou de fuga.
- Entre jovens de 16 a 24 anos, esse índice sobe para 60%.
- Por outro lado, entre os mais ricos e grupos tradicionais da direita, a hipótese de “surto” ganha mais força.
- Os eleitores que votaram no ex-presidente no segundo turno de 2022 tendem a rejeitar a tese da fuga, ao passo que a maioria dos apoiadores do atual governo e da esquerda aponta para a tentativa de fuga como o cenário mais provável.
Essa dispersão reflete o grau de polarização do país — mas também o enfraquecimento da versão oficial construída pela defesa de Bolsonaro: a ideia de “instabilidade mental” perde fôlego diante da leitura majoritária de que houve um risco real de fuga.
Contexto: não é um caso isolado, mas continuação da crise política
O dano à tornozeleira ocorre após um histórico de desobediência às medidas judiciais impostas a Bolsonaro — incluindo sua condenação por conspiração golpista e sentença de prisão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2025.
A ruptura da tornozeleira foi interpretada pela PF e pelo STF como tentativa de fuga, resultado que levou à decretação da sua prisão preventiva.
Para quem vive a política com compromisso à democracia, às instituições e à memória histórica, essa pesquisa demonstra algo claro: não se trata de uma briga de narrativas neutra — mas da legitimação ou da negação de um projeto vassalocrata que tentou rasgar a Constituição. Bolsonaro já foi condenado; agora, a maioria do povo parece confirmar o que a Justiça concluiu.
O simbolismo da rejeição popular
Quando mais da metade da população acredita que o ex-presidente tentou fugir, o dano simbólico ao bolsonarismo vai além de um ato judicial. Ele questiona a própria moralidade de quem se posiciona no campo autoritário. Já não se trata apenas de um “ex-presidente impopular”: trata-se de um réu cuja narrativa de “vítima de surto” perde força — inclusive social.
Essa rejeição popular faz parte de algo maior: o recuo de uma direita que se alimentava de mentiras, violência e nostalgia autoritária. O “mito” ruiu — não apenas juridicamente, mas também simbolicamente.
Por que esta pesquisa importa — e merece atenção da esquerda
- Porque confirma que o país não está dividido entre “inocentes vs inocentes”: há um consenso emergente de que a lei e a justiça devem prevalecer sobre heróis midiáticos do autoritarismo.
- Porque reforça que o campo da democracia e dos direitos humanos tem força social — e que narrativas vassalocratas perdem espaço no imaginário popular.
- Porque legitima o uso da Justiça como instrumento de proteção da democracia, contra ameaças, fake news, golpes e revisionismos históricos.
Para nós, que militamos por justiça social, soberania e memória, esse dado não é apenas estatística — é esperança viva. Mostra que a luta antissistêmica cresce por fora dos gabinetes e das telas. Que o golpe de ontem pode ser derrotado pelas urnas — e pela consciência popular — amanhã.

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