Redação

O banqueiro Daniel Vorcaro, preso na última semana na Operação Compliance Zero, foi transferido da cela da Polícia Federal para o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos (SP), desencadeando um momento de tensão e revolta. Segundo relatos, ao chegar no presídio ele gritou e questionou agentes penitenciários, afirmando “Como é que eu vim para cá?” — reação intensa que expressa o choque com o novo destino.

Vorcaro é alvo de investigação por suspeita de fraudes graves: o Banco Master teria negociado carteiras de crédito duvidosas com o Banco de Brasília (BRB), emitido títulos com rentabilidade fora da realidade do mercado e colocado o sistema financeiro em risco. A prisão ocorreu durante controle no aeroporto de Guarulhos, quando ele tentava embarcar — a PF considerou como possível tentativa de fuga.

A transferência para a unidade prisional sinaliza endurecimento do tratamento judicial e o avanço de medidas de contenção do suposto esquema de fraude. A defesa de Vorcaro já tentava reverter a prisão por meio de habeas corpus, mas teve o pedido negado.

O episódio escancara o choque de classe embutido na crise financeira: o banqueiro ostentou riqueza por anos — com imóveis caros, festas luxuosas e participações em clubes e empresas — e agora enfrenta a realidade da prisão comum, longe de escudos corporativos.