Redação

Uma virada simbólica sacode o tabuleiro eleitoral catarinense: a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) aparece à frente de Carlos Bolsonaro (PL-RJ) na corrida ao Senado por Santa Catarina, segundo levantamento do instituto Neokemp realizado nos dias 10 e 11 de novembro de 2025.
O resultado reacende um racha profundo dentro da direita vassalocrata catarinense: a candidatura do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro provoca inquietação entre aliados locais que já manifestam preferência por Carol de Toni.
Segundo os números, em soma de primeiro e segundo votos válidos, Carol atinge 53,5% contra 38,9% de Carlos — com margem de erro de 3,1 pontos para mais ou para menos.
Além da liderança numérica, o cenário revela que Carol apresenta menor índice de rejeição — apenas 4,2% segundo o levantamento — frente aos 37% de Carlos Bolsonaro.
A disputa ganha contornos além da mera lógica eleitoral. Trata-se de quem vai dominar a narrativa da direita em Santa Catarina em 2026: se será o parlamentar local, articulador tradicional, ou se a deputada emergente, com histórico de discurso antigovernista tradicional e atuação midiática, assumirá esse papel.
Para nós que apoiamos justiça social e soberania popular, o fato de uma figura menos vinculada à velha oligarquia e mais identificada com políticos de perfil anti-establishment subir nessa disputa é sinal de que as bases da direita estão mais frágeis do que se pensava. O mapa político nacional cruza com SC — e o jogo pode antecipar como se dará a ofensiva da burguesia reacionária no próximo pleito.