Vereador anuncia saída da Câmara do Rio para disputar o Senado por Santa Catarina e lança críticas duras à ala da direita que apoia o governador paulista

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) anunciou a renúncia ao mandato na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em uma movimentação política que acirrou ainda mais as tensões internas no campo da direita. Em sua despedida, ele aproveitou para **atacar duramente um grupo de políticos que apoia a candidatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) — acusando essa ala de querer “eliminar o nome Bolsonaro” do cenário eleitoral.

Carlos confirmou a decisão em publicações nas redes sociais e em declarações feitas na sessão da Câmara antes de oficializar a renúncia, que faz parte de sua estratégia de concorrer ao Senado Federal por Santa Catarina nas eleições de 2026. A mudança marca o fim de um ciclo de mais de 16 anos de mandatos consecutivos do vereador na política carioca.

Saída do mandato e nova aposta eleitoral

Em discurso durante o expediente da Câmara, Carlos Bolsonaro confirmou que deixará o cargo de vereador, abrindo caminho para uma nova fase na sua trajetória política. A renúncia foi formalizada como parte de um plano para transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina e disputar uma vaga ao Senado nas eleições do ano que vem.

A renúncia encerra um ciclo longo de atuação política no Rio de Janeiro, onde Carlos foi eleito diversas vezes com forte apoio da base bolsonarista. A expectativa é que a ex-deputada estadual Alana Passos (PL) assuma a vaga deixada por ele na Câmara municipal.

Ataques a Tarcísio e ala bolsonarista

Além de confirmar sua saída da Casa, Carlos Bolsonaro usou suas redes sociais para criticar duramente integrantes da direita que apoiam o projeto político do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas — potencial adversário nos cenários eleitorais futuros. Em suas postagens, ele afirmou que esse grupo estaria trabalhando para “eliminar o nome Bolsonaro” da disputa.

A fala reforça a escalada de críticas internas no campo conservador, especialmente entre setores bolsonaristas que veem com desconfiança colaborações ou apoios a candidaturas alternativas à família Bolsonaro nas eleições de 2026.

A tensão decorre também de disputas recentes sobre pesquisas de intenção de voto e posicionamentos políticos que distanciam parte da direita tradicional da candidatura dos Bolsonaros, favorecendo nomes como Tarcísio — movimento que Carlos tem criticado abertamente nas redes.

Repercussão e polarização

O anúncio de renúncia e os ataques de Carlos Bolsonaro intensificam o debate sobre a fragmentação no campo político conservador, que busca definir estratégias eleitorais mais amplas diante de um cenário competitivo com o campo progressista. A postura do vereador, agora saindo do mandato para disputar o Senado, aponta para um redirecionamento das forças internas e disputas por protagonismo na base da direita.

Críticos argumentam que, ao lançar ataques e dividir ainda mais os setores aliados, Carlos pode enfraquecer as chances eleitorais amplas da legenda e de seus parceiros. Já apoiadores destacam sua fidelidade ao legado político da família Bolsonaro e sua busca por manter esse legado vivo no Sul do país.

Caminho rumo a 2026

Com a renúncia oficializada, Carlos Bolsonaro concentra seus esforços na preparação da campanha ao Senado por Santa Catarina. A movimentação representa uma tentativa de estender a influência bolsonarista para fora do eixo tradicional do Rio de Janeiro e de fortalecer a presença do PL nas eleições que se aproximam.

O episódio também abre espaço para novas disputas internas na base conservadora, que deverão se intensificar nos próximos meses, à medida que a corrida eleitoral de 2026 ganha forma e nomes começam a consolidar suas candidaturas.

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