Parlamentares afastados da base bolsonarista recebem salários da Câmara enquanto aguardam decisões disciplinares, gerando despesas milionárias com recursos públicos

A Câmara dos Deputados arca com um gasto estimado de R$ 33 milhões para manter afastados — ou em situação de não exercício funcional — alguns deputados que permanecem em salário ativo mesmo sem cumprir efetivamente seus deveres parlamentares. Entre os nomes citados estão Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e André Brazao, segundo reportagem publicada pelo Diário do Centro do Mundo.

Os valores referem-se ao pagamento de subsídios, auxílios, benefícios e estrutura de gabinete atribuída a esses parlamentares em período de afastamento ou não-atividades formais, enquanto aguardam deliberações de processos disciplinares ou questões internas da Casa. Pelo levantamento, o impacto financeiro é significativo para o erário e levanta questionamentos sobre a eficácia do controle parlamentar e a responsabilidade no uso dos recursos públicos.

O fenômeno ganha contornos simbólicos em meio à batalha política travada pela base bolsonarista — onde alguns deputados acumulam pendências de presença e prestação de contas, e mesmo assim permanecem sustentados pelo orçamento da Câmara. Além do aspecto orçamentário, a situação põe em relevo o paradoxo entre discurso de austeridade e a prática do privilégio institucional.

Para especialistas em administração pública e controle social, trata-se de um flagrante de fragilidade institucional:

  • O mecanismo de afastamento parlamentar não impede a manutenção dos benefícios salariais e da estrutura de gabinete;
  • A fiscalização interna demora ou sequer acontece, o que permite que recursos corredores em limbo burocrático continuem sendo pagos;
  • Esse tipo de gasto mina a credibilidade do Legislativo perante a sociedade, sobretudo quando aliados políticos de figuras controversas seguem a receber como se estivessem em atividade plena.

Em conclusão: a frase-chave “Câmara gasta R$ 33 milhões para bancar afastados” resume o cerne da matéria. A situação exige resposta imediata: auditoria, transparência e responsabilização são caminhos para evitar que o Parlamento se torne um depósito de privilégios à custa da cidadania.

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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