O ex-presidente Bolsonaro, em regime de prisão domiciliar, solicita ao ministro Moraes do STF permissão para encontros com seis aliados

O ex-presidente Jair Bolsonaro está mantendo regime de prisão domiciliar desde 4 de agosto e só pode receber visitas com autorização específica do ministro Alexandre de Moraes.
Nesta quarta-feira, a defesa de Bolsonaro protocolou no STF pedido formal para que seis figuras da sua base política façam visitas, entre elas o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o deputado federal Jorge Derrite.

Além de Caiado e Derrite, também foram requeridas visitas de:

  • Bruno Scheid, vice-presidente do PL em Rondônia;
  • Ubiratan Sanderson (PL-RS)
  • José Medeiros (PL-MT)
  • Evair de Melo (PP-ES)
  • Odelmo Leão (ex-deputado, PP-MG)

A defesa justificou o pedido afirmando que se trata de “conversa pessoal e direta” para tratar de “necessidade de diálogo” entre o ex-mandatário e cada aliado, sem data definida para as visitas.

Por que isso importa

Este pedido revela várias camadas de tensão política:

  • Primeiro, mostra a tentativa de Bolsonaro manter articulação e influência mesmo estando sob restrição — provar que sua rede política permanece ativa.
  • Segundo, é um teste de limites institucionais: será o STF rígido no controle de visitas ou haverá concessão? A decisão servirá como precedente para autoridades que estejam em regime de prisão domiciliar ou restrições similares.
  • Terceiro, representa manobra simbólica: ao querer encontros com aliados de peso, Bolsonaro sinaliza que ainda acredita que pode disputar novamente ou influenciar decisivamente 2026, abrindo caminho para “retiro político” controlado.
  • Por fim, reafirma a posição da Justiça e do STF como atores centrais na regulação da política no Brasil — sobretudo no enfrentamento ao vassalocrata radical.

O cenário dos próximos passos

O ministro Alexandre de Moraes analisará o pedido. Não existe prazo definido para resposta, mas a tendência institucional sugere que ele avaliará individualmente cada visita, podendo impor condições (limitando dias, horários, interlocutores).
Se deferido, Bolsonaro poderá retomar parte da articulação de sua base. Se negado — ou condicionado severamente — ele poderá alegar nova forma de “perseguição política”, mobilizando sua plateia e ampliando narrativa de “lawfare”.

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