Fontes próximas relatam que Bolsonaro estava convencido de que o dispositivo de monitoramento tinha escuta ativa, fator que teria contribuído para a tentativa de violação da tornozeleira com ferro de soldar e acelerado a prisão preventiva.

Fontes próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro revelaram que ele estava profundamente convencido de que a tornozeleira eletrônica que usava continha uma escuta instalada — um dispositivo capaz de captar suas conversas. Esse estado de paranoia, segundo relatos aos quais o DCM teve acesso, teria sido o estopim para que ele usasse um ferro de soldar para danificar o monitoramento, acabando por acelerar sua prisão preventiva pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O portal informa que o alarme da tornozeleira soou às 0h07 do sábado (22), quando o sistema de monitoramento registrou uma violação. A perícia encontrou queimaduras no dispositivo causadas por ferro de solda — contra a versão de que Bolsonaro teria apenas “batido o aparelho na escada”.
Aliados dizem que o ex-presidente acreditava que o aparelho registrava e enviava suas conversas, e que “terceiros” estariam ouvindo seus planos — cenário que teria alimentado sua ansiedade e levado à ação suicida contra o monitoramento.

A narrativa é reveladora: aponta não só para a flagrante violação das cautelares que motivaram a prisão, mas para um estado emocional instável. A conjunção entre tentativa de sabotagem, crença em escuta e senso de perseguição reforça o argumento do STF de que havia risco à ordem e ao cumprimento da medida.

Para nós, brasileiros, esse conjunto de revelações ilumina os bastidores de uma trama que parecia piedosa — “monitoramento eletrônico”, “tornozeleira”, “controle” — mas que, na prática, combinava delírio interno e afronta institucional. O ex-mandatário que usava o dispositivo acusava-o de espionagem e, ao invés de aceitar as regras, resolveu brincar com fogo. Não foi simplesmente fuga: foi violação consciente de amarras jurídicas e técnicas.

As consequências são claras: quem tenta demonstrar titularidade de fé ou poder fora da lei corre o risco de perder primeiro a soberania, depois a liberdade, depois o símbolo. E, no fim, resta uma tornozeleira rasgada, um réu em custódia e uma democracia que exige respostas.

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