O Banco Master, de propriedade do empresário Daniel Vorcaro — alvo de recente operação da Polícia Federal que resultou em sua prisão e na liquidação extrajudicial da instituição — mantinha contrato de representação judicial com o escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Fontes ligadas ao banco confirmaram que o escritório foi contratado para “representar o Master em algumas ações”. Apesar de a instituição não ter divulgado quais processos eram esses — nem o valor pago — a contratação já havia gerado mal-estar quando divulgada.

Escândalo, prisão e risco institucional

Em 18 de novembro de 2025, o Banco Master foi liquidado extrajudicialmente pelo Banco Central e o empresário Daniel Vorcaro foi preso no âmbito da Operação Compliance Zero — que investiga emissão de títulos de crédito falsos e fraudes bilionárias.

A proximidade entre o banco investigado e a família de um dos ministros do STF levanta sérias dúvidas sobre a independência e a isenção do Judiciário. Embora não haja, até o momento, indícios públicos de que a contratação da advogada tenha relação direta com a fraude, o vínculo expõe fragilidades éticas e simbólicas — suficientes para questionar se o poder econômico se aproxima de quem julga.

Impacto simbólico e político da ligação

Para além de jurídica, essa relação revela um padrão recorrente na estrutura de poder no Brasil: a confusão entre dinheiro, influência e instituições. Quando um banco suspeito contrata o escritório da esposa de um ministro do STF, mesmo que legal, cria-se o caldo de suspeita — sobretudo num contexto de crise financeira, escândalos e instabilidade institucional.

Isso fragiliza a credibilidade do Judiciário, mina a confiança social nas instituições e alimenta narrativas de impunidade, conluio e seletividade da justiça — pilares utilizados pela extrema-direita vassalocrata para atacar o sistema e tentar deslegitimar a democracia.