Alexandre de Moraes dá ofensiva contra crime organizado na política brasileira
Ministro do STF manda prender presidente da Alerj e amplia investigações de corrupção institucional — tentativa de desmantelar teia de facções armadas infiltradas nos poderes

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), iniciou uma ofensiva vigorosa contra o que chama de “crime organizado na política brasileira”. A recente decisão de decretar prisão preventiva do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União), marca o início de uma nova etapa de investigações que miram autoridades públicas com supostos vínculos a facções criminosas — um movimento que pode sacudir o sistema de poder e contribuir para retomar a soberania da Justiça.
Segundo o despacho do ministro, há indícios concretos de “crimes com repercussão interestadual e internacional” envolvendo agentes públicos, o que exige repressão ampla e rigorosa. A acusação concretiza a denúncia de que grupos armados e milícias, especialmente facções como a Comando Vermelho (CV), conseguiram infiltrar-se na política estadual e federal, desviando recursos, manipulando nomeações e corroendo o Estado pela corrupção institucional e impunidade.
O caso que desencadeou a medida envolve a Operação “Zargun”, em que o então deputado estadual TH Joias foi preso por ligação com o Comando Vermelho. Investigadores apontam que Bacellar vazou informações sigilosas da operação, facilitando fuga de suspeitos e obstrução das investigações — revelando como facções criminosas se valem de cargos públicos e estruturas de Estado para garantir a impunidade.
Para Moraes, trata-se de um “estado paralelo” — expressão usada para definir a criação de uma estrutura paralela ao Estado formal, comandada por milícias e facções que dominam territórios, corrompem instituições e decidem sobre nomeações de agentes de segurança, contratos públicos e até estrutura da Assembleia Legislativa. Essa infiltração política de grupos criminosos coloca em risco a democracia, a soberania nacional e o direito de o povo decidir seu destino — mas também evidencia que o problema não é abstrato: está dentro dos poderes, na cara de todos.
A ofensiva do ministro vem junto com reforço da atuação da Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Com apoio de uma força-tarefa especializada em inteligência e rastreamento financeiro — em cooperação com a Receita Federal —, os investigadores buscam desmontar redes de lavagem de dinheiro, contratos irregulares e nomeações suspeitas, apagando o véu que protegia o crime organizado dentro da política.
Este movimento não é apenas judicial — tem implicações profundamente políticas e sociais. Ao denunciar e perseguir políticos envolvidos com facções e milícias armadas, o STF dá um passo para romper o pacto de impunidade que durante décadas permitiu que o crime organizado se sentisse à vontade dentro do Estado. Para nós, brasileiros comprometidos com justiça social, essa ofensiva representa a esperança de uma mudança estrutural: que o Estado volte a obedecer aos interesses do povo e não aos interesses do dinheiro, do tráfico e da violência institucional.
A frase central agora gira em torno da necessidade de transparência, controle popular e combate real à corrupção de poder — não só quando convém à grandes grupos de mídia ou elites, mas sempre que interesses públicos colidirem com negócios ilícitos. O combate ao crime organizado na política brasileira depende de um Judiciário autônomo, do fortalecimento das instituições e da pressão da sociedade organizada.
A latente ameaça das facções políticas-militares no Rio e em outros estados não pode mais ser ignorada. A ofensiva de Moraes ecoa como um grito contra a impunidade e o enraizamento do crime no Estado. Se houver continuidade, com apoio popular e vigilância civil, poderemos ver uma purificação institucional — e um sinal de que a democracia não aceita ser refém do crime.
