Em reviravolta na política evangélica aliada à direita, Malafaia se distancia de Bolsonaro enquanto surge um novo “bispo-consigliere” do ex-presidente

O ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou uma mudança estratégica na aliança política-religiosa que vinha sustentando desde 2018. O pastor Silas Malafaia, antigo pilar do apoio evangélico bolsonarista, foi afastado, enquanto Robson Rodovalho passa a atuar como conselheiro direto do ex-mandatário no campo religioso e político.

Segundo a reportagem, o rompimento entre Bolsonaro e Malafaia decorreu de críticas públicas feitas pelo pastor ao estilo e resultados da liderança de Bolsonaro, consideradas “omissão” pela própria base evangélica. Em contrapartida, Rodovalho já protagonizou encontro privado com Bolsonaro, orientando-o sobre articulação e alinhamento da “direita evangélica” para 2026.

Para Bolsonaro, a troca de interlocutores representa tentativa de renovar sua base de apoio. Malafaia, por sua vez, deixa o posto de “tutor espiritual” que historicamente mobilizou a ala mais religiosa da direita em torno do ex-mandatário.

Essa ruptura tem três implicações diretas:

  1. A base evangélica de Bolsonaro poderá se fragmentar, dada a saída de Malafaia — figura com forte penetração entre fiéis e políticos.
  2. Rodovalho assume papel de poder simbólico, tentando reposicionar o campo evangélico-conservador com nova liderança alinhada aos projetos de Bolsonaro.
  3. O episódio expõe uma fragilidade do bolsonarismo: aliança construída sob liderança personalista e carismática, agora em risco de redefinição.
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