Ex-presidente da sigla reassume a presidência nacional na tentativa de salvar o PSDB da cláusula de barreira e evitar seu sumiço como legenda relevante em 2026

Aécio Neves reassume nesta quarta-feira (27) a presidência nacional do PSDB, oito anos após deixar o comando da legenda — movimento desesperado para reacender um partido que hoje “respira por aparelhos”.

O retorno ocorre num contexto grave: o PSDB reclama de bancada reduzida e ausência de protagonismo político, situação agravada pela proximidade da cláusula de barreira eleitoral. A meta da sigla para escapar da extinção é ambiciosa — terá de garantir eleição de ao menos 13 deputados federais ou 2,5% dos votos válidos em pelo menos nove estados. Atualmente, a legenda conta com 13 deputados dispersos em oito unidades da federação.

O partido vive uma debandada silente: perdeu governadores eleitos em 2022 e viu nomes históricos migrarem para outras siglas. Sem quadros expressivos e sem base territorial sólida, o PSDB tenta se reinventar — e parte dessa aposta recai sobre o retorno de Aécio.

Para recuperar fôlego, Aécio promete resgatar as “bandeiras históricas” da sigla — responsabilidade fiscal, privatizações e uma suposta “gestão equilibrada” — e se apresentar como alternativa ao embate diretamente entre governos de esquerda e “direita radical”.

Mas a volta de Aécio é, sobretudo, reconhecimento tácito de que o PSDB virou sombra de si mesmo. Se não conseguir recuperar relevância até 2026, a sigla corre o risco real de desagregar — e com ela parte do que restava de um centro político institucional no Brasil.

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