Abiec diz que redução tarifária devolve previsibilidade ao setor de carnes brasileiras
Após recuo parcial do tarifaço do Governo Trump sobre a carne bovina do Brasil, entidade afirma que a redução tarifária devolve previsibilidade ao setor de carnes e reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou, em nota divulgada nesta sexta-feira (14), que considera “muito positiva” a decisão do Governo Trump de reduzir as tarifas aplicadas à carne bovina brasileira. Segundo a entidade, essa redução tarifária devolve previsibilidade ao setor de carnes e melhora o ambiente para o comércio entre os dois países.
De acordo com a Abiec, a medida “reforça a confiança no diálogo técnico entre os dois países e reconhece a importância da carne do Brasil, marcada pela qualidade, pela regularidade e pela contribuição para a segurança alimentar mundial”. No comunicado, a associação destaca que a redução tarifária devolve previsibilidade ao setor de carnes, ao diminuir a incerteza criada pelo tarifaço que havia sido imposto anteriormente pelo Governo Trump.
Em declaração à agência Reuters, o presidente da Abiec, Roberto Perosa, detalhou que a redução anunciada foi de 10 pontos percentuais. Mesmo sem divulgar o novo patamar consolidado de cobrança, a entidade lembra que, com o pacote de sanções decidido pelo Governo Trump, a tarifa total sobre a carne bovina brasileira havia chegado a 76,4%, somando a alíquota já existente de 26,4% e os 50% adicionais.
Os Estados Unidos seguem como o segundo maior mercado para a carne bovina do Brasil, atrás apenas da China. Antes do tarifaço, o país vinha registrando sucessivos recordes de embarques para o mercado norte-americano, que é estratégico para cortes de maior valor agregado. A Abiec avalia que o recuo parcial nas tarifas abre espaço para retomada gradual do fluxo de exportações, com impacto positivo em toda a cadeia produtiva, do campo aos frigoríficos.
A associação lembra que vem participando, ao lado do governo brasileiro, das negociações técnicas para reverter as sobretaxas. O movimento recente de redução é visto como resultado direto desse esforço diplomático, que envolve o Ministério da Agricultura, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Itamaraty em diálogo com o Governo Trump. Para o setor, o recuo é um sinal de que os argumentos técnicos sobre a sanidade do rebanho e a regularidade das entregas brasileiras foram reconhecidos.
Mesmo celebrando o alívio tarifário, a Abiec reforça que continuará atuando “de forma propositiva” para ampliar o acesso da carne brasileira aos principais mercados do mundo, defendendo previsibilidade nas regras e afastando o uso de tarifas como instrumento de pressão geopolítica. A expectativa, agora, é de que a combinação entre redução tarifária, previsibilidade e demanda aquecida ajude a consolidar um novo ciclo de exportações de carne bovina brasileira para o mercado norte-americano.
