A tornozeleira eletrônica usada por Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Jair Bolsonaro (PL), foi localizada na madrugada desta segunda-feira (29) na rodoviária de Ciudad del Este, cidade fronteiriça do Paraguai com o estado brasileiro do Paraná.

O dispositivo, que monitorava Vasques como forma de cumprimento de medidas cautelares impostas pela Justiça brasileira, foi encontrado por volta das 4h20 no banheiro do terminal rodoviário. Policiais paraguaios acionaram as autoridades competentes e o equipamento — registrado em nome de uma empresa brasileira com homologação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) — foi entregue à Polícia Federal (PF) para perícia e investigação sobre as circunstâncias em que foi abandonado.

Silvinei Vasques havia rompido a tornozeleira eletrônica antes de deixar o Brasil, fato que motivou alerta às forças de segurança nas fronteiras e desencadeou operação conjunta entre Brasil e Paraguai. Ele foi preso no último 26 de dezembro no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, quando tentava embarcar para El Salvador com documentos falsos, em meio a uma tentativa frustrada de fuga do país.

Após a prisão, as autoridades paraguaias o entregaram às forças brasileiras, e Vasques foi encaminhado à Polícia Federal em Foz do Iguaçu (PR) e, posteriormente, transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde cumpre prisão preventiva por pena decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por sua participação na tentativa de golpe de Estado de 2023.

Até o momento, Silvinei não informou às autoridades como conseguiu romper o monitoramento eletrônico nem em que momento descartou o equipamento na rodoviária paraguaia. A localização da tornozeleira reforça a linha de investigação de que ele teria deixado território brasileiro em meio às medidas de busca depois de violar as condições impostas pela Justiça.

A defesa do ex-diretor da PRF já sinalizou a intenção de solicitar sua transferência para Santa Catarina, argumentando maior proximidade com familiares e melhores condições de acolhimento, mas o caso ainda segue sob análise judicial.