Ministério da Justiça diz ao STF que já pediu extradição de Alexandre Ramagem
Em resposta ao ministro Alexandre de Moraes, pasta informa que solicitação foi enviada ao Itamaraty após condenação definitiva do ex-deputado pela trama golpista

O Ministério da Justiça e Segurança Pública informou oficialmente ao Supremo Tribunal Federal (STF) que já encaminhou pedido de extradição do ex-deputado federal Alexandre Ramagem às autoridades competentes, após a condenação definitiva do acusado por participação na tentativa de golpe de Estado no Brasil.
A comunicação ao ministro Alexandre de Moraes ocorreu em resposta a um ofício enviado pelo gabinete do magistrado em 17 de dezembro. No documento, a pasta detalha que a solicitação de extradição foi remetida naquele mesmo dia ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), que deverá conduzir o trâmite diplomático com os Estados Unidos. Novos desdobramentos serão comunicados ao STF conforme surgirem atualizações do processo.
Condenação e fuga
Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Polícia Federal e ex-deputado federal pelo PL-RJ, foi condenado pelo STF a 16 anos de prisão pelos crimes relacionados à trama golpista que buscou a abolição do Estado Democrático de Direito. A condenação transitou em julgado, o que significa que não há mais possibilidade de recorrer no Brasil.
Desde setembro, Ramagem está nos Estados Unidos, onde permanece após deixar o país antes do início do cumprimento da pena, sendo considerado foragido da Justiça brasileira. A Câmara dos Deputados declarou a perda de seu mandato em decorrência da decisão judicial.
Trâmite da extradição
O pedido de extradição, iniciado por determinação do ministro Alexandre de Moraes, segue fases administrativas e diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos. A extradição depende de cooperação judicial entre os dois países e da análise das autoridades americanas sobre a documentação enviada — que deve incluir tradução oficial para o inglês e fundamentação jurídica sobre a condenação e pedido.
Esse tipo de processo costuma envolver avaliação jurídica detalhada das condições legais, dos tratados bilaterais de extradição e de possíveis defesas que Ramagem poderia apresentar, inclusive com argumentos que podem incluir questões de perseguição política ou outras alegações defensivas.
Até o momento, não há uma previsão pública de quando o processo será concluído, mas o envio formal pelo Ministério da Justiça marca um avanço na tentativa de garantir que Ramagem responda à condenação no Brasil ou em território americano sob os termos legais estabelecidos entre os países.
