Sob risco de perder o mandato por excesso de ausências, deputado rebate críticas de Hugo Motta e afirma ser alvo de “perseguição política”

Brasília — O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com duras críticas contra o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), após ser oficialmente notificado de que já soma número suficiente de faltas para que seu mandato seja colocado em risco. O parlamentar publicou um vídeo nas redes sociais nesta quinta-feira (11) em que acusa Motta de agir sob influência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, chamando-o de “bonequinha de Moraes”.

Eduardo, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro sob a alegação de perseguição judicial, afirmou que suas ausências nas sessões ordinárias — que ultrapassaram mais de um terço do total exigido pelo regimento — só são consideradas faltas porque, segundo ele, Motta “não reconhece o estado de perseguição” que ele sustenta sofrer.

Em vídeo divulgado, o deputado afirmou: “Eu só tenho o número suficiente de faltas para a cassação do meu mandato porque o senhor, Hugo Motta, não reconhece o estado de perseguição que eu sofro. Porque você prefere serrar fileiras com Alexandre de Moraes, cedendo às ameaças dele… eu não sei qual é essa sanha que as pessoas têm de serem bonequinhas do Alexandre de Moraes”.

Críticas e ameaça de “guerra” política

Eduardo Bolsonaro disse ainda que Motta “pagará o preço” por sua postura ao pautar o processo de perda de mandato por faltas. “Quando você for às ruas, vai ter gente te cobrando… porque as pessoas se revoltam com injustiça”, declarou, criticando ainda a forma como o presidente da Câmara conduziu os procedimentos contra ele.

No mesmo vídeo, o parlamentar também direcionou ataques ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade), relator do PL da Dosimetria — que visa alterar as regras de cálculo de pena para crimes relacionados ao atentado antidemocrático de 8 de janeiro — chamando-o de “fantoche” do ministro Alexandre de Moraes.

Notificação e próximos passos

A notificação formal veio após a Câmara constatar que Eduardo Bolsonaro ultrapassou o limite de faltas permitido para o exercício do mandato, apesar de ter alegado que estaria sob perseguição. O presidente da Câmara já advertiu que o processo poderá avançar e que o deputado terá prazo para apresentar defesa antes de eventual decisão sobre a perda do mandato.

Hugo Motta tem afirmado que, conforme o regimento, é inviável o exercício do mandato parlamentar pelo deputado que permanece fora do território nacional por opção própria, especialmente quando excede o limite de faltas não justificadas.

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