Hugo Motta tem presidência da Câmara questionada após agressões a Glauber Braga e jornalistas
Atação da Polícia Legislativa sobre deputado e imprensa provoca crise institucional e críticas à Mesa Diretora

Nesta terça-feira (9 de dezembro de 2025), a presidência da Câmara dos Deputados — sob comando de Hugo Motta — entrou em crise institucional após uma ação da Polícia Legislativa, que resultou na remoção à força do deputado Glauber Braga e agressões contra jornalistas presentes no plenário. A intervenção, considerada desproporcional por diversos parlamentares e entidades da sociedade civil, reacendeu o debate sobre autoritarismo, censura e seletividade no tratamento de crises políticas.
De acordo com relatos publicados pela Revista Fórum, a reação foi imediata quando Braga ocupou a Mesa Diretora em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. A Polícia Legislativa interveio, expulsou o parlamentar e agrediu profissionais de imprensa com chutes e socos — a transmissão da sessão pela TV-Câmara foi interrompida e jornalistas foram retirados do plenário.
O contraste com episódios anteriores — quando ocupações semelhantes por bolsonaristas foram toleradas sem uso da força — gerou acusações de tratamento desigual. Para críticos, a ação revela que a Mesa Diretora de Motta adota critérios distintos conforme a filiação política dos ocupantes — e não conforme a gravidade institucional do ato.
Aombro à liberdade de imprensa também mobilizou reações externas: com a expulsão de jornalistas da cobertura e cortes de sinal da TV-Câmara, organizações de mídia e democracia alertam para o risco de censura institucional e para o precedente perigoso de silenciamento da imprensa no Parlamento.
Para aliados de Braga e parlamentares de oposição, o episódio aprofundou a crise de legitimidade da presidência da Casa. Alguns já questionam formalmente se Hugo Motta continua com autoridade moral para dirigir o Legislativo, especialmente diante de votações sensíveis previstas para os próximos dias — como as que envolvem anistia aos acusados no 8 de janeiro e projetos de indiscriminada redução de pena.
O caso levanta uma pergunta essencial: pode a presidência da Câmara continuar a operar com respaldo institucional se recorre à violência contra deputados e impede a cobertura livre da imprensa? A resposta pode definir não apenas a reputação de Motta, mas também os rumos da democracia em um momento de extrema polarização no país.
