Pesquisa indica vantagem ampla de Lula sobre nomes como Flávio Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas

A mais recente sondagem da Ipsos-Ipec aponta que Lula mantém uma posição de vantagem clara em todos os cenários simulados para o primeiro turno das eleições de 2026. A pesquisa ouviu 2.000 eleitores em 131 municípios entre os dias 4 e 8 de dezembro de 2025.

Resultados por cenário

CenárioLula (PT)Segundo colocado / principal rival
138%Tarcísio de Freitas — 17%
238%Flávio Bolsonaro — 19%
338%Michelle Bolsonaro — 23%
438%Eduardo Bolsonaro — 18%

Nos quatro cenários, Lula lidera com uma margem de 15 a 21 pontos percentuais sobre o segundo colocado.

Além dos três nomes do PL — Flávio, Michelle e Eduardo — e de Tarcísio (Republicanos), o levantamento inclui outros candidatos de centro-direita/conservadora como Ratinho Junior (PSD), Ronaldo Caiado (União), e Romeu Zema (Novo), mas nenhum chega perto de ameaçar a liderança petista.

Rejeição dos candidatos

A pesquisa também mediu o índice de rejeição — ou seja, quem os entrevistados não votariam:

  • Lula: 44% l
  • Flávio Bolsonaro: 35%
  • Eduardo Bolsonaro: 32%
  • Michelle Bolsonaro: 30%
  • Ratinho Junior / Romeu Zema / outros nomes do centro-direita geralmente marcavam rejeição significativamente menor (< 15%)

A rejeição relativamente alta de candidatos do PL, inclusive de Michelle e Flávio, revela uma dificuldade de parte do eleitorado em aceitar o retorno do bolsonarismo, mesmo com a definição formal dos nomes.


O que esses resultados mostram — e os principais desafios para a direita

Consolidada vantagem de Lula

A liderança consistente de Lula em todos os cenários confirma que, por enquanto, o centro das atenções da disputa permanece com o atual presidente. A combinação de estrutura de governo, base social mobilizada e rejeição alta dos nomes de direita contribui para essa folga.

Desgaste da imagem bolsonarista

Mesmo com nomes variados — Flávio, Michelle, Eduardo — a direita parece patinar em busca de um candidato competitivo e com menor rejeição. A rejeição acima de 30 % para a maioria dos nomes do PL sinaliza que o histórico recente da família ainda pesa contra qualquer reedição de poder conservadora.

Espaço para “outsiders” da direita moderada

A vantagem dos Bolsonaro não é expressiva: nenhum dos cenários os projeta com chance real de vitória, o que pode abrir espaço para candidaturas de “direita moderada/terceira via” fora do bolsonarismo tradicional — especialmente se surgirem nomes com menor desgaste.

Instabilidade e incerteza no campo conservador

A pesquisa chega num momento de reconfiguração da direita: com o ex-presidente preso e inelegível, o nome da família é testado — mas a rejeição cresce. Isso significa que a disputa interna por um nome competitivo será cada vez mais intensa e imprevisível.


Conclusão

A pesquisa da Ipsos-Ipec deixa claro: para 2026, o cenário eleitoral começa pendendo fortemente a favor de Lula. Os potenciais herdeiros do bolsonarismo — Flávio, Michelle e outros — ainda enfrentam barreiras de rejeição e dificuldade de consolidar uma narrativa que convença o eleitorado. Se o pleito fosse hoje, dificilmente o bolsonarismo voltaria ao Planalto.

Mas a fluidez do tabuleiro político exige atenção: alianças, mudanças de coalizões, desgaste de governo, crise econômica, ou novas candidaturas podem modificar radicalmente esse quadro. Para a esquerda, os dados confirmam um terreno favorável; para a direita, o desafio é claro: reinventar-se — ou correr o risco de desaparecer nas urnas.

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