Conflito dentro do PL expõe racha familiar: Michelle se afasta e Flávio assume candidatura com aval do pai
Michelle se afasta do PL Mulher por saúde; Flávio cresce como aposta do partido para presidência

Nesta semana, a cúpula do PL vivencia uma turbulência interna com consequências para o futuro político da família Bolsonaro. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comunicou seu afastamento temporário da presidência do diretório feminino do partido, o PL Mulher — decisão que, segundo a assessoria, se deve a problemas de saúde agravados pelas pressões após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o comunicado oficial, o desgaste vinha se intensificando nas últimas semanas. A nota do PL afirmou que a “imunidade” de Michelle havia sido “atingida” pelas “constantes injustiças” dirigidas à sua família — uma referência clara ao impacto das acusações e da prisão de Jair Bolsonaro.
O afastamento da ex-primeira-dama coincide com um movimento político decisivo: o senador Flávio Bolsonaro foi oficialmente escolhido pelo pai para representar o partido nas eleições presidenciais de 2026. A decisão — comunicada por Flávio em suas redes sociais e já respaldada pela estrutura do PL — confirma o distanciamento de Michelle da liderança partidária e solidifica a candidatura do primogênito.
Fontes próximas às negociações internas relatam que a escolha por Flávio representa não apenas uma tentativa de garantir a continuidade da marca Bolsonaro no poder, mas também de conter disputas de influência dentro do clã. Michelle, que vinha sendo apontada como possível candidata alternativa, perde o protagonismo sob o argumento de fragilidade e desgaste político.
O cenário marca uma cisão explícita entre gerações: de um lado, Michelle — fragilizada pela combinação de pressões judiciais, familiares e de imagem pública; do outro, Flávio, com apoio direto do pai e empenho em reconstruir o discurso da direita sob uma nova liderança. A ofensiva também sinaliza para o eleitorado conservador que, mesmo com a prisão de Jair, o grupo busca reestruturar seu projeto de poder com um nome considerado capaz de mobilizar os segmentos fiéis ao Bolsonarismo.
Resta saber como será a recepção desse reposicionamento: se a substituição de Michelle por Flávio dentro do comando de facto do PL será aceita pelos militantes e eleitores — ou se as tensões internas ressurgirão com mais força. A conjuntura indica que o embate não é apenas eleitoral, mas de controle de legado e narrativa.
